Segundo esta pesquisa divulgada na revista Science em um número especial dedicado à ecologia, 63% das reservas estimadas de peixes no mundo precisam ser reconstituídas para evitar o desaparecimento de espécies vulneráveis.
“Em todas as regiões continuamos constatando uma tendência preocupante em relação a uma redução crescente das espécies”, afirma o principal autor do estudo, Boris Worm, da Universidade de Dalhousie (Canadá).
“Mas este estudo mostra que nossos oceanos não são uma causa perdida”, acrescenta.
De fato, em várias regiões dos Estados Unidos, na Islândia e na Nova Zelândia foram obtidos importantes avanços para reconstituir as reservas devastadas por décadas de pesca excessiva, ao colocarem em andamento estratégias de gestão prudentes.
A metade das 10 zonas de pesca estudadas conseguiram diminuir a taxa de exploração (a proporção de peixes pescados), principal causa da escassez ou desaparecimento dos peixes.
“Isso quer dizer que a gestão dessas zonas abre caminho para um restabelecimento ecológico e econômico”, explicou Boris Worm. “É apenas um início, mas isso me dá a esperança de que temos capacidade para controlar a pesca excessiva”.
Worm enfatizou, no entanto, que a análise mais vasta feita até agora se centrou principalmente nas zonas de pesca dos países desenvolvidos, onde são coletados dados sobre a quantidade de peixes.
Isso significa que o risco de redução das reservas pode ser maior nas outras zonas.
Apesar de tudo, o estudo revela que algumas estratégias permitiram proteger e restabelecer as reservas de peixes.
Por exemplo, no Quênia, o uso de redes que permitem aos peixes pequenos escapar e o fechamento de algumas zonas à pesca ajudaram a a aumentar o tamanho e a quantidade de peixes disponíveis e incrementar os rendimentos da pesca.
Em várias zonas, no entanto, a taxa de pesca deverá ser reduzida pela metade para preservar as reservas de peixes.
Em outro estudo, pesquisadores espanhois e britânicos descobriram que a restauração ecológica em terra pode reverter alguns efeitos – não todos – das degradações causadas pelo homem.
Eles analisaram 89 balanços de tentativas de restauraçao em uma grande variedade de ecossistemas do mundo.
Descobriram que a biodiversidade melhorou 44% em média, enquanto que os elementos úteis para o ecossistema, como a água, o solo ou o armazenamento de carbono aumentaram 25%.
“No entanto, os valors de ambos se mantivram inferiores (14 e 20%, respectivamente) nas zonas zonas restauradas em relação aos ecossistemas intactos de referência”, indicou José Rey Benayas, da Universidade de Alcalá (Espanha), principal autor do estudo. (Fonte: JB Online)