O Brasil está caminhando para chegar aos padrões de emissões dos países desenvolvidos, mesmo que em proporções diferentes, revela o estudo. De acordo com dados levantados pela área, a serem confirmados pelo inventário que será concluído até o final desta ano, Minc acredita que indústria e energia juntas devem saltar de 18% do total de emissões de CO² para 28%, enquanto as emissões por desmatamento apresentam quedas sucessivas.
O estudo compara os dados de emissões de 1994 e 2007 do IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério das Minas e Energia, e aponta como vilões a ampliação do número de termoelétricas e o aumento do consumo de combustíveis fósseis. Naquela época, para cada gigawats consumido, emitia-se 42 toneladas de CO². Agora esse número pulou para 54 graças a ampliação do número de termoelétricas.
A saída, segundo o ministro, será o governo e a sociedade adotarem medidas como dar ênfase ao transporte coletivo, investir em hidrovias, exigir a inspeção de emissões anualmente dos veículos e incentivar a geração de energia limpa, limitando a expansão das termoelétricas que passaram a emitir 122% a mais.
Só o setor de transportes passou a jogar 50 milhões de toneladas de CO² a mais na atmosfera. São 30 milhões pelo consumo de diesel, 15 milhões pela queima de gasolina e 5 milhões de gás natural. Isso, segundo o ministro, implica repensar a matriz brasileira de transportes que, segundo ele, valorizou o “rodoviarismo, que já era grande e aumentou ainda mais”. Mais carros flex, biodiesel e investimentos no transporte hidroviário é o que propõe Minc para diminuir o impacto dos combustíveis fósseis. “A meta é buscarmos uma economia de baixo carbono”, afirma.
A área técnica do MMA estima que as emissões de CO² representam 90% de todas as emissões da indústria e energia. Em 1994 os dois juntos emitiam 243 toneladas de CO² e em 13 anos estima-se um total de 444 mil toneladas somente na geração de energia. Isso representa 71% a mais e liga o sinal de alerta no MMA para os padrões atuais de desenvolvimento. “Temos de atuar junto a esses setores para reverter a curva ascendente de emissões”, avalia Suzana Kahn. “Queremos crescer emitindo menos carbono”, defende o ministro. (Fonte: Paulenir Constâncio/ MMA)