Os trabalhadores do “marco zero” do sul de Manhattan encontraram os restos de um navio de quase dez metros de comprimento que poderia ser do século 18 e que teria sido afundado nessa área do sul da cidade, quando foi ampliada em direção ao rio Hudson, informou nesta quinta-feira (15) o jornal “The New York Times”.
A publicação informa que os trabalhadores que retiram os escombros na área do marco zero se depararam com a embarcação na terça-feira (13) e neste local estava enterrado a uma profundidade entre seis e nove metros abaixo de onde estava até 11 de setembro de 2001, o complexo do World Trade Center, construído na década de 70.
O arquiteto Michael Pappalardo, da empresa AKRF, uma das contratadas pela autoridade portuária de Nova York e Nova Jersey para documentar os achados históricos que pudessem ser encontrados, disse que o navio poderia ter sido originalmente até dois ou três vezes mais longo da porção achada.
Trata-se da maior descoberta arqueológica realizada na cidade desde 1982, quando foram localizados os restos de uma embarcação mercante do século 18 nas obras da rua Water, no sul de Manhattan.
“A embarcação aparentemente data de meados do século 18 e estava aí há mais de 200 anos”, assinala o jornal, que ressalta que os arqueólogos da cidade estão maravilhados pela importância do achado, muito perto de onde, segundo um mapa de 1797, havia um porto e onde se projetou construir um lago.
Os analistas também disseram que têm de atuar com rapidez para resgatar a embarcação, já que seu casco de madeira, por não estar já protegido pela terra, “deteriora-se rapidamente no contato com o ar”.
A ausência de sol e a chuva que afeta Nova York nestes dias, no entanto, favorece a conservação da embarcação, indicou à publicação o arqueólogo responsável de preservar o patrimônio histórico nova-iorquino, Doug Mackey.
Entre os restos, os trabalhadores do “marco zero” encontraram também uma grande peça metálica semicircular pertencente ao navio e um sapato de couro da época. (Fonte: Folha.com)