Ministro defende hidreletricidade, mas alerta para tendência de crescimento da fonte nuclear

O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu na terça-feira (23) a utilização da hidreletricidade como matriz energética de “baixo custo, baixa emissão de carbono, além de ser um excelente indutor de crescimento em países em desenvolvimento”.

A declaração reitera o que o governo brasileiro tem defendido há anos, ao contrário de países desenvolvidos e organismos internacionais. Entretanto, Zimmermann admitiu que, a partir de 2020, a tendência é que seja implantada, em larga escala, no país, a energia nuclear.

Segundo o ministro, o Brasil tem um consumo per capita de 2,3 mil quilowatts por hora (kw/h), enquanto nos países desenvolvidos da Europa, por exemplo, o consumo está em torno de 8 mil kw/h. Nos Estados Unidos, esse número é de 14 mil kw/h.

Zimmermann lembrou que, com o crescimento da economia brasileira e a natural migração de classes sociais, é necessário aumentar a oferta de energia para equilibrar a excelência no atendimento da demanda. “A hidreletricidade vai cumprir um papel, que a gente acha que é forte ainda, até a próxima década. E, a partir daí, [a importância dela] começa a cair porque vai esgotando os seus potenciais”, disse.

O ministro analisou ainda que, pelo fato do Brasil ter uma das maiores reservas de urânio do mundo, haverá um crescimento “natural” da utilização de fonte nuclear, a partir de 2020. Ele ressaltou que o país o Brasil tem a tecnologia para exploração dessa fonte e também reservas suficientes e, portanto, não há motivo para não crescer essa exploração.

Zimmermann destacou que, no planejamento, há uma exigência natural de priorizar uma matriz de menor custo “e a fonte mais barata é a hidreletricidade, mas com a visão estratégica. A partir do ano que vem, o novo governo tem que definir uma política nuclear porque nós temos que começar um novo programa nuclear”.

O ministro participou na terça-feira da Conferência de Hidreletricidade Sustentável, que discute o estímulo ao uso de energia hidrelétrica sustentável e o fomento à participação de projetos brasileiros em empreendimentos desse tipo no Continente Africano. (Fonte: Agência Brasil)