A Coreia do Norte pode realizar um terceiro teste nuclear no próximo ano para reforçar os poderes dos seu jovem e sucessor líder, Kim Jong-un, segundo um relatório de investigação de um instituto sul-coreano do ministério das Relações Exteriores.
O relatório veio um dia depois de Pyongyang dizer que prepara uma “guerra santa” nuclear contra o Sul, após um exercício militar em que Seul prometeu ser “implacável” se for atacado novamente.
O Norte, que realizou testes nucleares em 2006 e 2009, ainda tem que mostrar que tem uma arma potente como parte de seu programa de armas de plutônio, mas um terceiro teste aumentaria ainda mais as tensões na península dividida.
A mídia sul-coreana informou no início deste mês que o Norte estava escavando um túnel em preparação para um teste nuclear. “Há uma possibilidade de a Coreia do Norte realizar seu terceiro ensaio nuclear para buscar uma melhora em sua capacidade de produção de armas, manter a tensão militar alta e promover Kim Jong-un ao status de líder sucessor”, disse o relatório, referindo-se ao filho mais novo do atual governante.
“A tensão entre as duas Coréias permanecerá elevada, com chances de novos ataques da Coreia do Norte sobre o Sul”, informaram o instituto, dirigido pelo Ministério das Relações Exteriores e a Segurança Nacional.
A tensão na península coreana atingiu novos níveis depois que, no mês passado, a Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas, inclusive dois civis, nos incidentes mais graves desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
A KCNA, agência estatal de notícias da Coreia do Norte, que ameaça regularmente a destruição da Coreia do Sul, na sexta-feira pôs a culpa nos EUA e disse que os sul-coreanos são as ‘brigadas de choque’ de Washington.
‘Os EUA são inteiramente culpados pelos alarmantes fatos na península neste ano, já que usou a península para realizar sua estratégia de dominar o Leste da Ásia’, disse a KCNA.
Analistas dizem que as atuais tensões causaram um retrocesso de pelo menos uma década nas relações intercoreanas.
‘No Sul, a impaciência com Pyongyang está crescendo, e há exigências da direita em Seul por termos mais robustos de envolvimento militar no caso de futuros confrontos’. disse Daniel Pinkston, da consultoria International Crisis Group.
Mas o risco de uma guerra total é considerado baixo, já que as ameaças do Norte são vistas como mera retórica para conseguir maior margem de barganha em eventuais negociações que levem ao seu desarmamento. (Fonte: G1)