Dentes de cavalo são registro vivo de mudança climática

Os dentes podem fornecer mais informações do que meramente a qualidade e a saúde dos cavalos.

Fósseis que datam de pelo menos 55,5 milhões de anos atrás mostram que a mudança do clima também interferiu na dieta desses animais, e essas alterações ficaram gravadas em suas arcadas dentárias.

Nos Estados Unidos, a alimentação dos cavalos começou com frutas, passou por folhas e foi parar na grama dos pastos, segundo análises químicas e microscópicas de seus dentes, explica Matthew Mihlbachler, autor do estudo e professor assistente de anatomia no departamento de osteopatia do New York College.

Os exames são limitados a algumas espécies, e só não são mais aprofundado pela complexidade de realizá-los, noticia o site LiveScience.com.

Adaptações – Os cavalos originalmente evoluíram na América do Norte, mas morreram misteriosamente há dez mil anos. Antes da extinção, se espalharam para outras regiões e retornaram pelas mãos de exploradores e colonizadores do continente americano.

Há 55,5 milhões de anos, os primeiros cavalos eram pequenos no porte, tinham quatro dedos e dentes que eram mais adaptáveis para o consumo de frutas. Viviam em locais com muito verde e de clima quente e úmido.

Mais tarde, por volta de 33 milhões de anos atrás, os dentes dos cavalos mudaram radicalmente, tornando-se mais afiados para provavelmente cortar folhas. Nessa época, as florestas já tinham desaparecido e o clima estava mais frio.

Há 18 milhões de anos, é notada uma outra mudança. Os dentes se aproximam dos de cavalos modernos, com molares mais complexos e aptos para mastigar grama, cujos campos aumentaram nessa etapa da história.

“O sinal de mudança na dieta dos cavalos é muito consistente com o que conhecemos sobre a mudança climática”, salienta o professor Mihlbachler. (Fonte: Folha.com)