Uma empresa australiana apresentou uma proposta inovadora contra as emissões poluentes: matar toda a população de camelos do país, já que seus gases contribuem para o efeito estufa.
Cada camelo emite cerca de 45 quilos de gás metano por ano, que equivale a uma tonelada de dióxido de carbono.
Embora seja considerada como uma missão impossível, erradicar a população de cerca de 1,2 milhão de camelos seria igual a tirar de circulação 300 mil carros que percorrem cerca de 20 mil quilômetros anuais.
Primeiro camelo chegou na Austrália em 1840. Hoje animal é um dos maiores emissores de dióxido de carbono no país
Por isso a companhia australiana Northwest Carbon propõe matar os mamíferos utilizando-se helicópteros e carros e depois processar sua carne para elaborar alimentos para animais de fazenda ou domésticos.
Esta proposta está sendo avaliada pelo Governo de Camberra como parte de seu projeto para a redução de gases poluentes no setor agrícola, explica o secretário legislativo sobre Mudança Climática, Mark Dreyfus.
Os camelos não são só é um dos maiores emissores de dióxido de carbono na Austrália, mas também causam prejuízos anuais às colheitas avaliados em mais de US$ 10 milhões.
No entanto, esse número “não inclui o custo ao meio ambiente” e o dano produzido por eles é maior “em períodos secos quando se juntam em hordas”, disse à Efe Jan Ferguson, diretora do Ninti One, organismo responsável pelo Projeto para o Controle de Camelos Selvagens na Austrália.
Os camelos, cuja população se duplica a cada nove anos, têm um instinto de sobrevivência tão desenvolvido que podem beber até 200 litros de água em três minutos e percorrer setenta quilômetros ao dia.
Por isso, o projeto do Ninti One apresentou a iniciativa CamelScan, que permite à população comunicar a localização dos animais no Google Maps e analisar seus movimentos e comportamentos de acordo com a estação do ano.
Lançado no início da temporada de acasalamento, entre maio e outubro, o CamelScan se soma a outras ideias como a vigilância aérea e por satélite e a exterminação a partir de helicópteros. Outra ideia é capturar os camelos e aproveitar sua carne para o consumo humano ou animal.
“Mesmo com a tecnologia atual, a erradicação da população total selvagem é considerada impossível” e, por isso, o projeto de controle destes animais pretende simplesmente reduzi-la em áreas críticas, disse Jan.
A Austrália recebeu seu primeiro camelo em 1840, um exemplar procedente das Ilhas Canárias, e depois os colonos britânicos começaram a importá-los de Índia e Paquistão.
Inicialmente foram utilizados para explorar a vasta região desértica do centro do país, já que as animais podem carregar até 800 quilos.
Foi assim até o século XX, quando sua função passou a trens e veículos. Nessa época, milhares foram libertados e, desde então, se reproduzem sem controle. (Fonte: Portal iG)