Deputada apoia taxa sobre transação financeira em prol do ambiente

Integrante da Comissão Nacional para a Rio+20, a deputada estadual Aspásia Camargo (PV-RJ) quer que o Brasil use a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável para defender a adoção da chamada “taxa Tobin”, que incidiria sobre transações financeiras internacionais.

A proposta dela é, com isso, canalizar parte do capital especulativo para o setor produtivo, estimulando a construção de “infraestrutura verde”.

Os recursos poderiam ser usados para investimentos em saneamento básico, energias renováveis e inovações que permitam a redução das emissões de gases do efeito estufa, entre outros.

A ideia será apresentada pela deputada em reunião da comissão na tarde desta sexta-feira, em Brasília. No encontro serão discutidas propostas de alteração para o chamado “rascunho zero” do documento final da Rio+20.

O que o país decidir será então levado para a primeira rodada de negociações informais sobre o documento, que acontecerá de 19 a 23 de março, em Nova York.

Em evento sobre a Rio+20 na Associação Comercial do Rio de Janeiro, nesta manhã, Camargo disse que a alíquota sobre as transações internacionais ainda tem que ser discutida, mas reconheceu a dificuldade de torná-la realidade. “Não sei se vamos ter a ousadia de aprovar a taxa”, afirmou.

A ideia de taxar o capital que cruza fronteiras foi elaborada pela primeira vez na década de 70, pelo americano vencedor do prêmio Nobel de economia James Tobin.

Ele defendia a cobrança como uma forma de desestimular a especulação de curto prazo e diminuir a volatilidade cambial e seus efeitos nocivos sobre as economias. Os recursos arrecadados poderiam financiar programas e agências das Nações Unidas.

No ano passado, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro francês Nicolas Sarkozy ressuscitaram o tema da criação de uma taxa sobre transações financeiras no âmbito da União Europeia como forma de obter mais recursos para enfrentar a crise econômica no continente. Outros países, porém, se opuseram publicamente à proposta – caso do Reino Unido. (Fonte: Denise Menchen/Folha.com)