O turismo na cidade movimentou R$ 274 milhões durante os 10 dias da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. O número foi divulgado neste domingo (24) pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que dois dias após o fim do evento, apresentou um balanço do legado que a conferência deixou para o município.
Segundo o secretário de Turismo, Pedro Guimarães, o Rio recebeu cerca de 110 mil turistas, um aumento de 50% em relação à previsão inicial. De acordo com as estatísticas da prefeitura, cerca de 45 mil pessoas estiveram no Riocentro, onde aconteceu o encontro dos chefes de Estado, e mais de 1 milhão de pessoas participaram dos eventos paralelos à Rio+20, principalmente da Cúpula dos Povos, que teve um público de 300 mil pessoas, e do Projeto Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, ambos na Zona Sul da cidade.
Durante o período da Rio+20, os hotéis da cidade chegaram a uma taxa de ocupação de 95%, sendo que os albergues atingiram a ocupação total de leitos. Pela primeira vez, a hospedagem domiciliar entrou nas estatísticas da prefeitura, através do programa Hospeda Rio, no qual são alugados quartos de residências.
A expectativa da Prefeitura é repetir o modelo de hospedagem domiciliar para os próximos grandes eventos que acontecerão no Rio, como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.
Apesar da ocupação quase total dos hotéis, Paes ressaltou que o modelo de licitação que definiu a agência de viagens oficial da Rio+20 precisa ser aprimorado. A escolha foi feita pelo Itamaraty. Em maio, a agência Terramar foi obrigada a devolver mais da metade das 20 mil vagas de hotéis no Rio para o evento. A empresa foi acusada de cobrar 30% a mais nas diárias, ao invés dos 10% de comissão.
“Todos nós chegamos a conclusão que o modelo de licitação feito pelo Itamaraty precisa ser aprimorado”, declarou o prefeito.
Problemas no trânsito – Apesar das ações operacionais no trânsito durante a Rio+20, os motoristas sofreram com engarrafamentos na segunda (18) e terça-feiras (19). Nos dois dias houve manifestações populares no Centro e a chegada de 50% das delegações dos chefes de Estado. Para explicar o caos no trânsito, Paes apontou o comitê organizador da Rio+20, que, segundo ele, avisou com apenas dois dias antes a antecipação da vinda das delegações.
“Esgotar limite com aqueles que são responsáveis pela organização do evento com todas as informações é fundamental, talvez a gente não tenha esticado devidamente as cordas com o comitê organizador da Rio+20, e essa informação veio tarde para a prefeitura”, observou Paes.
Nos dias 20, 21 e 22, quando foi decretado ponto facultativo nas escolas e repartições públicas, a redução de deslocamento nos principais corredores viários da cidade foi de 27%, segundo dados da Coordenadoria de Engenharia e Tráfego do Rio (CET-Rio). A presidente da instituição, Cláudia Secin, informou que na Autoestrada Lagoa-Barra, a redução no tempo do trajeto chegou a 47%.
Coleta de 144 toneladas de lixo – De 15 a 23 de junho, foram recolhidas 144 toneladas de lixo nos locais que sediaram a Rio+20 e os eventos paralelos, além dos acampamentos e manifestações. A Comlurb, responsável pela limpeza urbana da cidade, informou que no Aterro do Flamengo, onde houve a Cúpula dos Povos, foram retirados 26,8 toneladas de lixo em sete dias de evento. Apenas na manifestação ocorrida na tarde da última quarta-feira (20), na Avenida Rio Branco, foram coletadas 12 toneladas de resíduos.
O secretário de Conservação, Carlos Osório, destacou que do total de lixo recolhido nos eventos da Rio+20, quase 1/3 foi proveniente de material reciclável, por meio de coleta seletiva realizada por garis da Comlurb e cooperativas de catadores.
Volta à rotina – Para a segunda-feira (25), primeiro dia útil após a Rio+20, a CET-Rio informou que as vias de chegada à cidade terão uma atenção especial para evitar grandes congestionamentos. (Fonte: G1)