Trabalhadores concluíram nesta terça-feira (27) a primeira parte de uma estrutura que vai cobrir o reator nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. A usina sofreu uma explosão em 1986, na então União Soviética, e este é considerado o pior acidente nuclear da história.
A cobertura do reator será como um grande galpão e o teto terá o formato de um arco. A construção terá 257 metros de comprimento, 150 metros de largura e cerca de 50 metros de altura.
O arco que já foi construído até o momento levou sete meses para ser construído e tem 22 metros de altura. Nos próximos anos, novas camadas serão construídas para evitar que o material radioativo possa voltar a vazar do local. O prazo para a entrega da obra é o fim de 2015.
O projeto está orçado em 1,54 bilhão de euros (R$ 4,15 bilhões) e ainda tem desafios importantes pela frente. Um deles é a antiga chaminé da usina, que terá que ser destruída de uma maneira que não libere material radioativo. Outra preocupação é o solo, já que é preciso fazer os fundamentos da cobertura, e a área a ser escavada pode conter resíduos nucleares.
O presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, que lidera o projeto, se mostra otimista. Para Suma Chakrabati, a camada concluída nesta terça é “um marco muito significativo, o que é um tributo ao crescente comprometimento da comunidade internacional de doadores e um passo importante em direção a superar o legado do acidente”.
O abrigo, no entanto, não vai representar o fim da ameaça de Chernobyl. Ele é projetado para bloquear todo o material nuclear que ainda pode vazar do local, mas não será capaz de impedir a passagem da radiação em si.
Pelo menos 28 morreram diretamente pelo contato com a radiação em 1986. Outros milhares sofreram de câncer em consequência do vazamento de material radioativo, e 115 mil pessoas tiveram que ser evacuadas. Ainda hoje, uma área no raio de 30 km do local segue inabitada. (Fonte: G1)