O oeste da Antártida está esquentando em um ritmo que é o dobro do estimado anteriormente, segundo estudo publicado nesta semana na “Nature Geoscience”.
A média anual de temperaturas na estação de pesquisa Byrd, no oeste do continente, aumentou 2,4 º C desde a década de 1950, um dos crescimentos mais rápidos do planeta e três vezes mais veloz que a média global, segundo a pesquisa.
O achado dá força ao temor de que a camada de gelo esteja sujeita a derretimento. O oeste da Antártida contém gelo suficiente para aumentar o nível do mar em 3,3 metros se um dia derretesse, um processo que pode levar séculos.
“A porção ocidental da camada de gelo está sofrendo quase o dobro do aquecimento estimado antes”, diz nota publicada pela Universidade Ohio State sobre o estudo liderado pelo professor de geografia David Bromwich.
Segundo a universidade, o aquecimento levanta preocupação sobre a contribuição futura da Antártida no aumento do nível do mar. No último século, os oceanos avançaram cerca de 20 cm.
Um painel de especialistas da ONU prevê que o nível do mar aumentará entre 18 e 59 cm neste século ou até mais, caso o degelo da Groenlândia e da Antártida se acelere.
Geleiras – O aumento nas temperaturas no oeste do continente é comparável ao que ocorreu na península Antártica, ao norte. Muitas plataformas de gelo entraram em colapso ao redor da Antártida nos últimos anos e, uma vez que as plataformas se quebram, as geleiras por trás sofrem deslizamentos mais rápido, aumentando o nível do mar.
Os cientistas dizem que já houve um derretimento esparso das camadas de gelo no oeste do continente em 2005.
“Um aumento contínuo das temperaturas no verão poderia levar a episódios de derretimento mais extensos e frequentes”, dizem os pesquisadores, que refizeram o registro de temperatura no oeste da Antártida desde 1958, com a ajuda de simulações feitas por computador. (Fonte: Folha.com)