Projeto concilia produção lucrativa com preservação da floresta no PA

Um sistema ágil de fiscalização e punição dos devastadores ilegais da floresta ajudou o município de Paragominas, no Pará, a sair da lista negra de desmatadores da Amazônia. Mas depois dessa conquista, surgiu o problema de aumentar a produtividade e garantir o lucro das fazendas, sem destruir a floresta.

Em março de 2010, Paragominas se tornou o primeiro município da Amazônia a sair da lista do desmatamento, mas logo começou a perceber que se quisesse se manter fora dela precisava mudar seu jeito de produzir. Nascia o “Pecuária Verde”, um projeto do Sindicato Rural de Paragominas presidido pelo criador Mauro Lúcio Costa.

O dinheiro vem de empresas privadas e o projeto deve durar cinco anos. Nesse período, o trabalho irá se concentrar em seis fazendas, que depois servirão de exemplo para outras.

Assista ao vídeo com a reportagem completa e veja como funciona o trabalho da equipe nas propriedades.
A equipe do professor Ricardo não faz só o produtor gastar dinheiro. Há planos para ganhar também. Dentro do Programa de Adequação Ambiental e Agrícola nas propriedades, uma das grandes novidades é o que eles estão chamando de enriquecimento da Reserva Legal.

Áreas que antes eram consideradas intocáveis, hoje estão recebendo mudas de espécies nativas que podem ser exploradas no futuro.

As fazendas que participam do projeto piloto recebem toda a orientação para o plantio das espécies comerciais dentro da Reserva Legal. Um detalhe importante é que em áreas de floresta virgem, intocada, não se mexe. Só as reservas que já sofreram algum tipo de manejo no passado, as chamadas florestas secundárias, são enriquecidas.

Por um lado, o produtor de Paragominas perde dinheiro e área com o reflorestamento. Por outro, ele é incentivado a adotar tecnologias para melhorar o rendimento das pastagens e ganhar mais em um espaço menor.

Os criadores de Paragominas sabem que ainda têm muito há fazer, como regularizar áreas, recuperar crédito e capacitar outros produtores; mas sabem também que com todo esse trabalho encontraram finalmente um caminho certo.

Os municípios paraenses de Santana do Araguaia, Ulianópolis e Dom Eliseu também deixaram a lista negra do desmatamento. Em Mato Grosso, saíram da lista os municípios de Querência e Alta Floresta. (Fonte: Globo Rural)