Os índices de dióxido de carbono acompanharam o aquecimento do clima ao final da última Era do Gelo, revela um estudo de cientistas franceses publicado na última semana na revista “Science”, que soluciona um enigma que intrigava os estudiosos.
A questão veio à tona com bolhas de ar atmosférico, presas em testemunhos de gelo na Antártica, que remontam ao último degelo, terminado cerca de 10 mil anos atrás.
Estas minúsculas bolhas foram estudadas de perto, pois contêm dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa causador do aquecimento global.
Segundo o marco convencional, quanto mais alta ou mais baixa a concentração de CO2, maior ou menor é a temperatura atmosférica. Mas, estranhamente, as bolhas de CO2 não correspondiam aos níveis de aquecimento indicados na neve dos arredores, que data da mesma época.
Os céticos argumentam que isto demonstraria que os índices de dióxido de carbono subiram após o aquecimento da atmosfera terrestre.
Isto significaria que o aquecimento global atual poderia derivar, ao menos em parte, de meios naturais, e não das emissões de carbono decorrentes da queima de combustíveis fósseis, como sustenta o consenso científico.
Uma equipe chefiada pelo glaciologista francês Frederic Parrenin analisou o gelo de cinco expedições de perfuração profunda na Antártica.
Ao analisar a composição isotópica do gás nitrogênio nestas amostras, os cientistas disseram ter conseguido filtrar os indícios confusos dos dados.
No último degelo, a temperatura aumentou 19 graus Celsius, enquanto os níveis de CO2 atmosférico subiram 100 partes por milhão, afirmaram.
A discrepância se deveu ao processo físico pelo qual as bolhas de CO2 se formam em camadas sucessivas de neve.
“As bolhas de gás são sempre mais recentes do que o gelo que as cerca”, reportou o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) francês, em um comunicado.
Os cientistas disseram que o estudo não examinou as razões para a elevação da temperatura que acompanham o degelo atual.
Há vários fatores naturais para o aquecimento global, incluindo erupções vulcânicas, bem como modificações do calor emitido pelo sol e pequenas mudanças no eixo e na órbita da Terra. (Fonte: G1)