As autoridades do Japão qualificaram nesta quarta-feira (21) de nível 3, correspondente a um “incidente grave” na escala internacional de eventos nucleares, o vazamento de 300 toneladas de água altamente radioativa da central de Fukushima nos últimos dias.
A classificação de nível 3 da escala de 0 a 7 corresponde ao vazamento de grande volume de material radioativo no interior da instalação. O acidente de Fukushima, em 11 de março de 2011, atingiu o nível 7, o mais elevado e que define efeitos consideráveis para a saúde e o meio ambiente.
Cerca de 300 toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa, e segundo a operadora do complexo, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), há poças com níveis extremamente elevados de radiação, de 100 millisieverts por hora.
“Isso significa que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos”, informou um porta-voz da empresa.
Desde o tsunami que atingiu Fukushima, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando colapsos, já ocorreram quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo. Porém, o vazamento mais recente é o pior em termos de volume, disse o porta-voz da Tepco.
A companhia admitiu que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano Pacífico, mas disse estar trabalhando para evitar que isso ocorra.
“Estamos transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques”, disse o porta-voz.
A Tepco, que enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema do grande volume de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para resfriar os reatores.
A companhia admitiu em julho, pela primeira vez, que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.
Os problemas levaram o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, ao invés de deixá-la por conta da operadora.
Enquanto ninguém é oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser abandonadas. Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas.
Dezenas de milhares de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas. (Fonte: G1)