A defesa dos quatro coreanos detidos por suspeita de biopirataria na segunda-feira (11), em Canarana, a 838 km de Cuiabá, alega que a acusação não procede e que o material genético, patrimônio do Parque Nacional do Xingu, foi um presente dos índios das aldeias locais aos sul-coreanos. O grupo foi flagrado quando tentava embarcar com as plantas que compõem a flora do parque ambiental, sem a devida autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O advogado dos coreanos ainda informou que irá entrar com uma medida judicial para que os documentos dos estrangeiros sejam devolvidos para que eles possam deixar Barra do Garças, a 516 km da capital, onde estão hospedados em um hotel, sob a vigilância de agentes da Polícia Federal.
A PF informou que irá pedir a expulsão dos estrangeiros, que foram flagrados após serem monitorados por técnicos do Ibama e agentes da Força Nacional de Segurança. Foram vários dias de investigação, após denúncia de que essa não era a primeira vez que o grupo vinha ao Brasil em busca de material genético, até que os coreanos foram detidos na pista de pouso de Canarana, quando chegavam de um voo fretado. Eles retornavam da aldeia Cuicura, na região do Xingu.
Nas bagagens, além das plantas, os coreanos também estavam com equipamentos de foto e vídeo, os quais foram utilizados para registrar a cultura das aldeias indígenas por onde passaram. Eles disseram à PF que estão no Brasil desde o último dia 25 e que as plantas seriam levadas para um laboratório de cosméticos dos Estados Unidos para a realização de pesquisas.
Depois do flagrante em Canarana, os coreanos foram encaminhados à Polícia Federal de Barra do Garças. Eles foram ouvidos e liberados, porém, continuaram sendo monitorados.
“Essa equipe de sul-coreanos estava atrás dos indígenas para ver como eles fazem os remédios. A gente sabe que o povo indígena trata de suas doenças com as coisas da terra, com as plantas. Então, esse pessoal estava buscando esse conhecimento, coletando material para depois ir a laboratório e pegar os princípios ativos para depois vender para a gente”, explicou o superintendente do Ibama, Marcos Keynes. (Fonte: G1)