Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) elogiaram nesta quarta-feira (4) os esforços e os progressos realizados na central nuclear de Fukushima, no Japão, mas também ressaltaram que a situação continua sendo difícil.
Dezenove especialistas desta agência da ONU com sede em Viena examinam desde a semana passada os meios empregados pela companhia gestora, Tokyo Electric Power (Tepco), e pelas autoridades no processo de desmantelamento das instalações, arrasadas pelo tsunami de 11 de março de 2011.
“Foram realizados grandes progressos na estratégia (de gestão da situação) e na prestação dos recursos necessários para levar adiante o processo de desmantelamento”, declarou em uma coletiva de imprensa em Tóquio o diretor da missão, Juan Carlos Lentijo.
No entanto, Lentijo também declarou que “a situação continua sendo muito complexa e existem questões muito difíceis que devem ser resolvidas para (garantir) a estabilidade no longo prazo da central”.
A análise dos especialistas se concentrou especialmente na gestão da água contaminada que invadiu a central e na retirada do combustível da piscina do reator número 4, uma tarefa delicada que começou no mês passado e que até o momento se desenvolveu sem incidentes, segundo a Tepco.
“No que se refere às quantidades crescentes de água contaminada na instalação”, um dos maiores problemas da central, “a Tepco deve examinar todas as opções, incluindo a possibilidade de expulsá-la ao mar respeitando os limites de contaminação autorizados”, indicou a AIEA.
Esta é uma ideia compartilhada com outros especialistas e com o presidente da Autoridade de regulação Nuclear do Japão, mas à qual se opõem categoricamente os pescadores locais, os países vizinhos e os grupos de defesa do meio ambiente.
Gravidade terrestre – Segundo divulgou nesta terça-feira a Agência Espacial Europeia (ESA), o terremoto que atingiu o Japão em março de 2011 e que causou um maremoto e o acidente nuclear de Fukushima afetou também o campo gravitacional da Terra.
O satélite GOCE permitiu detectar que a catástrofe deixou “uma marca” na gravidade do planeta, a qual os cientistas seguem estudando para quantificar, explicou a ESA.
“Estamos trabalhando com uma equipe interdisciplinar para combinar os dados do GOCE com outras informações para obter uma imagem melhor da ruptura no campo de gravidade em relação à que temos agora”, declarou Martin Fuchs, cientista do Instituto de Pesquisa em Geodetecção da Alemanha (DGFI).
A ESA lembrou que há meses o satélite GOCE já havia “sentido ondas sonoras no espaço” que provinham desse terremoto de nove graus na escala Richter. (Fonte: G1)