Cobertura de neve abaixo da média, degelo marinho e redução da população de renas e caribus são o novo padrão do Ártico moderno, destacou um relatório científico publicado nesta quinta-feira (12).
Embora este ano não tenha sido tão extremo quanto o de 2012, a tendência rumo a um planeta mais quente significa que estas mudanças provavelmente vieram para ficar, destacou a edição de 2013 do Arctic Report Card, um informe anual publicado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).
O relatório revisto por pares, publicado desde 2006, foi compilado por 147 autores de 14 países.
“O Ártico está esquentando rapidamente, ficando mais verde e registrando uma variedade de mudanças que afetam as pessoas, o ambiente físico e os ecossistemas marinho e terrestre”, afirmou David Kennedy, vice-secretário adjunto operacional da NOAA.
“Em 2013, o Ártico deu um alívio na recente sequência de recordes de aquecimento e degelo da última década”, disse a jornalistas durante o encontro anual da União Geofísica Americana em San Francisco, Califórnia (oeste).
“Mas o ano relativamente frio em algumas regiões do Ártico fez pouco para compensar a tendência de longo prazo dos últimos 30 anos”, continuou.
Segundo o estudo, o verão em grande parte do Ártico foi “mais frio do que os seis verões anteriores, quando houve um recuo pronunciado do gelo marinho”.
No entanto, Fairbanks, no Alasca, que fica logo abaixo do Círculo Ártico, viveu um recorde de 36 dias de calor com temperaturas de 27ºC ou mais.
A quantidade de gelo marinho em setembro foi a sexta menor desde que as observações começaram em 1979, mantendo a tendência dos últimos sete anos.
Segundo o informe, as temperaturas na superfície do mar foram mais altas do que a média entre 1982 e 2006.
O degelo foi registrado em 44% da cobertura de gelo da Groenlândia, uma redução significativa em relação ao recorde de 97% em 2012.
A temporada de crescimento da tundra verde se estendeu a nove dias por década.
Os rebanhos de caribus e renas estão “anormalmente pequenos”, enquanto as contagens de bois-almiscarados estão mais altas devido a esforços de conservação direcionados.
“O Arctic Report Card apresenta fortes evidências de mudanças generalizadas e sustentadas que estão direcionando o sistema ambiental do Ártico a um novo estado”, disse Martin Jeffries, principal editor do 2013 Report Card.
“E nós podemos esperar ver uma mudança generalizada e sustentada contínua no Ártico”, concluiu. (Fonte: UOL)