A construção da nova estação científica do Brasil na Antártica, prevista para começar no fim deste ano, pode sofrer atrasos.
Nenhuma empresa demonstrou interesse em participar do processo de licitação para a obra, aberto pela Marinha no fim de 2013 e encerrado na última terça-feira (24).
Segundo o site da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), responsável pelas operações brasileiras na Antártica, a concorrência 25/2013 foi considerada deserta, ou seja, não teve apresentação de propostas.
As empresas deveriam se credenciar e apresentar sua candidatura pela manhã e, na parte da tarde, vencia o certame quem tivesse a melhor oferta Podiam participar da licitação empresas nacionais e estrangeiras (desde que firmassem parceria com organizações brasileiras).
Em nota, a Marinha informou que realiza um diagnóstico sobre o ocorrido para definir “quais serão as próximas ações que possam viabilizar a construção da estação”.
Obra substitui estação destruída – O projeto de construção do complexo é orçado em R$ 145,6 milhões – inicialmente, a Marinha divulgou que o custo estimado era de R$ 110 milhões.
A obra substitui a antiga estação, destruída em um incêndio há dois anos e que matou dois militares do Brasil.
A previsão inicial é que a nova estação estaria pronta no verão de 2015.
Pesquisadores que seguem para o continente gelado são abrigados em Módulos Antárticos Emergenciais (MAEs), montados no início de 2013 e que são compostos por seis dormitórios, uma enfermaria, uma cozinha, além de refeitório, escritório e um laboratório.
As investigações científicas realizadas pelo Brasil na Antártica podem ajudar no serviço de meteorologia, na previsão de frentes frias e no impacto que elas causam em atividades agropecuárias do país.
Ao mesmo tempo, os estudos ajudam a entender os efeitos da mudança climática global, provocada pelo excessivo lançamento de gases causadores do efeito estufa, responsáveis por aquecer o planeta e provocar um acelerado degelo da região.
Projeto executivo foi entregue ano passado – Segundo o projeto executivo, O edifício principal terá uma área total de 4.500 m² e as unidades isoladas, como as torres de energia eólica e a área para helicópteros, somarão outros 500 m². A nova estação terá capacidade para abrigar 64 pessoas, segundo a Marinha.
O complexo terá 18 laboratórios internos, mais sete unidades isoladas para pesquisas de meteorologia, ozônio, da atmosfera.
Em fevereiro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente divulgou que até março seria concluído o levantamento geotécnico do solo e iniciado o plano de remediação da área afetada pelo incêndio, no intuito de descontaminar o solo do local. (Fonte: G1)