A amostra de água que foi retirada sexta-feira (25) do reservatório que abastece o Quilombo do Jaó, em Itapeva (SP), será enviada para análise nesta terça-feira (29). Ela será estudada no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A suspeita é de que alguém teria colocado agrotóxico na caixa d’água que abastece 56 famílias que vivem no local.
A informação é da gerente da Vigilância Ambiental do município, Tatiana Ribas Gemignani. Segundo ela, a água coletada na sexta-feira no reservatório central da comunidade está armazenada em um refrigerador. “Inicialmente a amostra seria enviada nesta segunda-feira (28), mas o laboratório do instituto não havia dada a autorização no prazo, e a amostra terá que ser enviada na terça-feira”, explica.
A caixa d’água possivelmente envenenada já foi esvaziada e limpa por uma empresa terceirizada pela prefeitura. Apenas um morador ingeriu o produto possivelmente alterado. Ele não passou mal.
Em entrevista ao G1, o delegado responsável pelo caso, Alaor de Aguiar Filho, afirma que o resultado dos exames é esperado para que a polícia possa agir. “Se não for comprovada que a água foi contaminada por alguma substância, iremos arquivar esse caso. Por enquanto só podemos esperar, pois ninguém passou mal ao ingerir a água, ou presenciou de fato alguém envenenando o reservatório”, revela.
Entenda o caso – Na sexta-feira, moradores do Quilombo do Jaó tiveram um susto depois que o reservatório de água do local foi possivelmente envenenado. O líder da comunidade quilombola, Antônio Aparecido de Oliveira Lima, denunciou o caso na polícia. Ele afirmou que a caixa d’água coletiva, que abastece as casas das 56 famílias que vivem na área, foi contaminada por pesticida.
Segundo ele, o crime foi descoberto depois que dois moradores perceberam o cheiro de produto químico na água. “Uma dessas pessoas sentiu o cheiro forte quando foi lavar o rosto de manhã. Já o outro também sentiu o cheiro, mas mesmo assim bebeu. Eles então vieram me procurar para dizer que havia algo estranho na água”, explica.
Ainda de acordo com Antônio Lima, ele foi até o reservatório acompanhado de outros moradores e perceberam que o local estava com resquícios de veneno. “Quando subi na caixa, vi que tinha um pó espalhado por todos os lados. Ao jogarem aquele produto na água, ele também se espalhou e ficou parado em cima dos canos e ferragens”, ressalta. (Fonte: G1)