O prefeito do Rio, Eduardo Paes, divulgou nesta terça-feira (23), em Nova York, uma pesquisa na qual as grandes cidades apresentam potencial para reduzir a emissão anual de dióxido de carbono (CO2) em 8 gigatoneladas até 2050, além das metas nacionais já estabelecidas, caso se empenhem de forma “agressiva” para reduzir a produção e o desperdício de energia. O estudo foi divulgado durante o discurso de Paes, que preside o grupo C40 de Liderança Climática das Cidades, na Cúpula do Clima, na sede da Organização das Nações Unidas.
Segundo o estudo, as metrópoles podem reduzir a emissão anual de CO2 em 3,7 gigatoneladas até 2030, além dos valores já determinados nas políticas nacionais. Até 2050, o corte anual da emissão sobe para 8 gigatoneladas além da meta, de acordo com a pesquisa. De acordo com a prefeitura do Rio, o último balanço da cidade, feito em 2011, indica que a população emitiu 22 milhões de toneladas de dióxido de carbono naquele ano. Ou seja, 3,5 toneladas por habitante. A meta da prefeitura é reduzir a emissão em 20% até 2020.
“As cidades têm um papel especial nesta Cúpula do Clima, já que muitos dos problemas climáticos globais podem ser resolvidos por soluções urbanas locais. Do Rio a Seul, prefeitos já estão fazendo grande progresso na redução de emissões e de riscos climáticos. Hoje é um dia histórico em que damos um passo à frente. Como prefeitos nós estamos comprometidos em assumir metas ambiciosas e voluntariamente transformá-las em compromissos públicos, cientes de nossa responsabilidade em divulgá-las com rigor e transparência”, disse Eduardo Paes.
O objetivo da cúpula é compartilhar experiências aplicadas em cada país para reduzir os fatores que provocam as alterações climáticas e definir os passos que irão tomar nas áreas mais críticas para que a temperatura do mundo suba menos de 2°C. O encontro servirá ainda como prévia da Assembleia-Geral da ONU, que será realizada nesta quarta-feira (24).
Dilma discursa – Em discurso na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff afirmou que a determinação do Brasil em enfrentar as alterações no clima não se limita à conservação da Amazônia.
Diante de uma plateia de autoridades estrangeiras, ela destacou medidas adotadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para reduzir o desmatamento não somente na região amazônica, mas também no cerrado. A presidente defendeu que as iniciativas da comunidade internacional para enfrentar os problemas climáticos sejam “justas, ambiciosas, equilibradas e eficazes”.
Além da preservação da Amazônia, Dilma citou, em seu pronunciamento, que deveria haver uma preocupação dos países para tentar reduzir o desmatamento na região da bacia do Congo, na África.
“Nossa determinação em enfrentar a mudança do clima não se limita à Amazônia brasileira. Estamos cooperando com os países da bacia amazônica em ações de monitoramento e combate ao desmatamento. Devemos também contribuir para a redução do desmatamento com os países da bacia do Congo”, disse a chefe de Estado brasileira.
“Reafirmo que o novo acordo climático precisa ser universal, ambicioso e legalmente vinculante, respeitando princípios e os dispositivos da convenção”, complementou. (Fonte: G1)