Os líderes do G7 concordaram no último dia da cúpula que acontece na Baviera, sul da Alemanha, em afastar suas economias dos combustíveis de carbono, apoiando uma meta global para limitar o aumento das temperaturas médias globais em 2 graus em comparação com os níveis pré-industriais, como informou a AFP.
“Nos comprometemos a fazer nossa parte em atingir uma economia global de baixo carbono em longo prazo, incluindo o desenvolvimento e uso de tecnologias inovadoras e vamos nos empenhar em uma reestruturação do setor energético até 2050”, de acordo com comunicado conjunto.
A chanceler alemã, Angela Merkel, falou desse posicionamento conjunto na entrevista coletiva de encerramento do encontro.
Como noticia a agência EFE, ela destacou que os chefes de Estado e governo do G7 fizeram um “claro reconhecimento” de que o objetivo da comunidade internacional deve ser não superar o limite de aquecimento que os cientistas consideraram como o teto aceitável sem graves consequências.
Isto significa que os membros do G7, que estão entre as nações mais poluentes, deverão reduzir sensivelmente nas próximas décadas suas emissões dos gases que, como o CO2 (gás carbônico), aumentam o aquecimento global.
Além disso, a chanceler explicou que os membros do G7 querem “regras vinculantes” para o acordo contra a mudança climática que deve ser fechado na Cúpula do Clima de Paris, a COP 21.
Merkel indicou que o objetivo da comunidade internacional deve ser conseguir para o final de século uma economia global livre de carbono e reduzir de forma notável as emissões de CO2.
Além disso, os sete países mais industrializados indicaram sua disposição em aumentar as contribuições ao Fundo Verde do Clima, um instrumento aprovado em 2009 para ajudar financeiramente os países em vias de desenvolvimento mais afetados pelos efeitos do aquecimento global. Este mecanismo deve estar dotado com US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, mas por enquanto os compromissos anunciados não alcançam essa quantidade.
De acordo com Merkel, os compromissos do G7 encorajariam muitos países emergentes a realizar seus próprios compromissos nacionais de redução de emissões de CO2 para a Cúpula do Clima de Paris.
Rússia – Os países do G7 estão dispostos a reforçar as sanções contra a Rússia se for necessário, disse Angela Merkel durante o discurso de encerramento da reunião do G7.
“Uma suspensão das sanções está vinculada ao respeito aos acordos de Minsk”, que buscam principalmente o estabelecimento do cessar-fogo no leste da Ucrânia, afirmou, segundo divulgado pela agência Reuters.
“Estamos preocupados com a recente intensificação dos combates na linha de contato. Reiteramos o chamado a todas as partes para que o cessar-fogo seja respeitado e as armas pesadas sejam retiradas”, afirmou o G7 em seu comunicado final.
O G7 esteve disposto a mostrar sua firmeza e sua unidade diante da Rússia, excluída deste tipo de encontro desde a anexação da Crimeia, em março de 2014. Esta anexação levou à adoção de sanções pelos americanos e pelos países da União Europeia.
“Lembramos que a duração das sanções deve estar claramente ligada à aplicação integral dos acordos de Minsk e ao respeito da soberania da Ucrânia pela Rússia. Estas sanções poderão ser retiradas quando a Rússia cumprir com seus compromissos”, afirma o comunicado do G7.
“No entanto, estamos igualmente dispostos a tomar medidas restritivas adicionais para que a Rússia sofra mais consequências se suas ações tornarem isso necessário”, acrescenta o texto.
Os países do G7 pedem à Rússia “que cesse todo apoio transfronteiriço às forças separatistas e que exerça a considerável influência de que dispõe sobre os separatistas para que eles cumpram totalmente os compromissos assumidos em Minsk”.
A Rússia informou nesta segunda-feira que não viu novidades nos comentários dos líderes do G7, mantendo uma linha dura sobre sanções, e sugeriu que há diferenças entre os Estados membros.
“Sim, prestamos atenção às últimas declarações sobre sanções. Não são novidade”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
“Também chamamos atenção ao fato de que entre os participantes existem divergências em suas abordagens. Alguns falam da necessidade de diálogo com a Rússia e a impossibilidade de resolver problemas sérios sem este diálogo, então continuamos observando de perto”, acrescentou. (Fonte: G1)