Mais de 70 famílias trabalham de forma agroecológica no Amapá, segundo a engenheira florestal Julia Stuchi, coordenadora do projeto InterAgindo, que valoriza pesquisas e práticas ligadas à produção sustentável e saudável. O relato da engenheira e de outros pesquisadores mostram o cenário da agroecologia no estado, durante uma oficina que acontece até quarta-feira (26), na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na Zona Sul de Macapá.
De acordo com a engenheira florestal as 70 famílias foram mapeadas durante a execução do projeto em 2014, que tinha a proposta de formar uma rede de agroecologia no estado. Também foram identificadas 500 pessoas e 40 instituições com interesse na área.
“Essas são as famílias que trabalham com agroecologia que conseguimos mapear. Existem muito mais. São famílias produtoras rurais quilombolas, assentados da reforma agrária, indígenas e ribeirinhos. Grande parte de produção cultiva o açaí, hortaliças, peixes pescados de forma mais ecológica, sistema agroflorestal, são todos tipos de produção alimentar com base na agroecologia”, explicou Julia Stuchi.
A agroecologia está presente desde o tratamento de resíduos para criar adubo, até tecnologias mais avançadas na produção de hortaliças, sem utilização de venenos ou agrotóxicos, como explica o engenheiro agrônomo Wardsson Borges, do Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA) do estado.
“A agroecologia é entendida como uma ciência, um conjunto de práticas e um movimento. No Amapá, o Rurap [Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá] atende cerca de 600 famílias e muitas delas trabalham de forma agroecológica, e chegam até a vender alimentos para restaurantes”, disse Borges.
A oficina é direcionada a funcionários da Embrapa no estado e o objetivo é mostrar a importância da agroecologia. A chefe do NEA do Pará, Tatiana Sá, está conduzindo o encontro, abordando assuntos relacionados à agricultura alternativa de forma mais sustentável. A programação encerra na quarta-feira com uma apresentação aberta de relatos de pesquisadores sobre a produção agroecológica no Amapá. (Fonte: G1)