A União Europeia progrediu significativamente na redução de emissões de poluentes, mas deverá se esforçar mais para conseguir seus objetivos até 2030, indica um estudo publicado nesta terça-feira pelo Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e as Relações Internacionais (IDDRI).
Segundo o relatório, que teve a participação de outras sete organizações e é intitulado “O estado da união energética de baixa carbono”, a redução das emissões se deve essencialmente à conjuntura econômica que UE atravessa.
O estudo analisou dados de quatro setores importantes nas emissões de CO2 – a geração de energia, a construção, a indústria e o transporte – e constatou que “os países da UE alcançaram avanços significativos, em particular no setor da energia, e a intensidade de carbono da produção de energia diminuiu em 20,9% entre 2000 e 2014”.
Os autores do estudo consideram que o bloco não está se preparando adequadamente para uma economia de baixo carbono em longo prazo, por exemplo, “descarbonizando os processos e materiais industriais”.
“Inclusive no setor da eletricidade, onde o crescimento das energias renováveis foi impressionante, a redução do carbono deveria melhorar entre 1,8% e 3% na próxima década”, defenderam.
Os pesquisadores afirmaram que no transporte de passageiros, a União Europeia tem uma proporção de redução do carbono de 0,8% anual, abaixo do 1,8% necessário para atingir os objetivos para 2030, que passam por reduzir em 40% as emissões de gases causadores do efeito estufa, elevar em pelo menos 27% a parcela média de energias renováveis e melhorar em 27% a eficiência energética.
Já para 2050, o bloco deverá ter reduzido suas emissões em 80% em relação com os níveis de 1990, de acordo com o Acordo de Paris para lutar contra a mudança climática.
A diretora do fórum francês de pensamento IDDRI, Teresa Ribera, destacou que os países da União Europeia precisam de “novas políticas setoriais para garantir que podem alcançar seus objetivos em longo prazo, especialmente no transporte e na indústria”.
A recomendação é que, além do “ambicioso” objetivo de reduzir as emissões no transporte rodoviário a 70 gramas de CO2 por quilômetro para 2025, a UE estabeleça um “marco” para que toda a frota elétrica e comercial seja 100% elétrica até essa data. Outra sugestão é o reforço da vigilância na eficiência energética nos edifícios.
O relatório abordou também o regime de comércio de direitos de emissões (ETS, sigla em inglês) que atualmente os vinte e oito Estados-membros da UE debatem, e afirmou que a União “necessita reforçá-lo desesperadamente”, para “evitar que persista o risco” de preços baixos de carbono ao final da década de 2020. (Fonte: Terra)