Estragos causados pelo excesso de chuva provoca prejuízo de cerca de R$ 117 milhões, estima Famurs

Os estragos causados pelo excesso de chuvas provocaram um prejuízo de cerca de R$ 117 milhões, segundo estimativa da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Ao todo 125 cidades foram atingidas pelo excesso de chuva, e 52 municípios decretaram situação de emergência, conforme levantamento da Defesa Civil, divulgado na segunda-feira (5).

No interior de Santa Maria, na Região Central do estado, pelo menos 140 estudantes estão sem aula. A situação ocorre pelas condições das estradas que estão impedindo a passagem dos ônibus escolares.

“Não tem como tu fazer o transporte. Não tem como tu colocar em risco um ônibus carregado de criança. A gente até tentou, mas aí chegou num certo momento que não passou mais”, afirma o motorista Vilmar Guerra.

Como 70% dos alunos da escola dependem do transporte escolar, a instituição resolveu suspender as aulas até que essa situação das estradas seja resolvida. A decisão foi tomada para que os alunos não sejam prejudicados pedagogicamente.

“Tem previsão de mais chuva pela frente então seria o caso de a gente não deixar nenhum aluno prejudicado. Preocupa muito, porque a gente depende dos nossos alunos para vir trabalhar e eles não estando aqui, não tem fundamento estarmos com a escola aberta”, explica a diretora da escola Neuza Ortiz.

O filho do aposentado Vanderli Vieiro Santini está no nono ano e, apesar do atraso no ano letivo, ele concorda com a decisão da escola. “Vamos dizer que esse ônibus vai para uma valeta, vire e as crianças se machuquem por isso. Quem vai responder por isso?”, indaga.

A monitora da escola Sandra Moraes de Oliveira reclama da situação. “É um descaso, uma falta de consideração que estão tendo com o interior. Podiam ter evitado isso antes. Certo que tem chuva, mas isso não é desculpa”.

A estrada é um dos principais acessos a localidade do Arroio do Só, em Santa Maria. Um vídeo feito pelos moradores mostra a dificuldade de cruzar a estrada em meio ao atoleiro. A maioria precisou da ajuda de um trator. “Tinha um outro caminhão, para fazer uma coleta de 22 mil cuias, o cara não conseguiu ir, ele voltou vazio devido as estradas”, conta o empresário Paulo Pereira.

Contraponto – A 8ª Coordenadoria Regional de Educação disse que concorda com a decisão da escola. Para eles, é melhor recuperar o conteúdo com todos os alunos juntos, do que continuar com as aulas para apenas 50 estudantes.

Já a prefeitura de Santa Maria disse que as estradas da localidade Arroio do Só estão no cronograma emergencial, ou seja, são prioridades. A ideia é patrolar e colocar pedras nas vias, mas pra isso é preciso que o tempo fique firme para fazer esse trabalho. (Fonte: G1)