Começa Congresso de Agroecologia 2017

Nesta terça-feira (12/09) começa o evento três-em-um sobre agroecologia: VI Congresso Latino-Americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia e V Seminário de Agroecologia do DF e Entorno. A mesa de abertura será às 9h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, área central de Brasilia.

Sob o tema Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver, contará com a participação de aproximadamente 5 mil pessoas. O público é bastante diverso: pesquisadores, técnicos, agricultores, integrantes de movimentos sociais, povos tradicionais, estudantes e agentes do governo e vários países da América Latina, Europa e América do Norte.

Durante quatro dias, de terça a sexta-feira, os participantes terão a oportunidade de aprofundar e conhecer sobre os princípios da agroecologia e sua aplicação prática em temas importantes para a sociedade como água, sociobiodiversidade, saúde e alimentação, entre outros, como adianta a presidente do Congresso e pesquisadora da Embrapa, Mariane Vidal.

Além disso, esses eventos irão potencializar os processos participativos e de amplo diálogo entre sociedade civil, academia e poder público; fortalecer as redes e teias de agroecologia; dar visibilidade às experiências agroecológicas da América Latina; contribuir para a construção do conhecimento de base agroecológica e para os avanços teóricos, práticos e políticos.

Dentro da programação do congresso serão realizados painéis, mesas-redondas, plenárias, oficinas, rodas de conversa, apresentação de trabalhos, feira de produtos, feira de troca de sementes, caminhos do saber, atividades culturais, visitas técnicas, mostra de filmes, lançamentos de livros, editais, revistas, entre outras.

Apresentação de trabalhos – Mais de 2,5 mil trabalhos de 20 países foram submetidos ao Congresso de Agroecologia. Desses, 2.225 foram aprovados para apresentação oral e na forma de pôsteres. Uma inovação desse congresso são os relatos de experiências populares com 92 experiências de agricultores de diversas regiões do Brasil e de países da América Latina.

No site do Congresso já é possível consultar os trabalhos científicos, relatos de experiências técnicas e populares que foram aprovados e suas metodologias de apresentação. No total, serão cerca de 500 apresentações orais (em sala, rodas de conversa ou em diálogos) e 1,7 mil por meio de pôsteres.

Segundo o vice-coordenador do Congresso e coordenador do programa de Agroecologia da Emater-DF, Roberto Guimarães Carneiro, a maior parte dos trabalhos inscritos são do Brasil, mas também há participação de países como Argentina, México, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Holanda, Ilhas Maurício, São Cristóvão e Neves e Benin. “Isso enriquece o conteúdo científico e as experiências a serem compartilhadas no Congresso”, diz.

O Congresso traz outras inovações, como por exemplo, a relatoria colaborativa online. O objetivo é dar visibilidade e facilitar o amplo acesso ao conhecimento produzido ao longo do evento, de forma simples, participativa e ágil. Para isto, será possível a participação dos congressistas na confecção da memória das atividades, por meio dos comentários no blog e assim, de forma colaborativa, será possível registrar a riqueza dos diferentes olhares e aprendizados.

Aberta ao público – “É uma edição muito popular e que terá grande parte de sua programação aberta ao público em espaços como a Feira Agroecológica e da Sociobiodiversidade, apresentações culturais e os caminhos do Saber”, salienta Mariane Vidal. A estrutura da feira contará com 80 bancas que representarão os seis biomas terrestres brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa.

Os expositores são compostos por agricultores familiares oriundos da reforma agrária, povos indígenas e comunidades tradicionais. A coordenadora da feira, Denise Barbosa, compara a feira à própria capital brasileira. “Brasília não é a mistura do Brasil? Na feira a gente vai ter essa mistura de gente, de povos, de comunidades, de diferentes produções da área rural, e mostrando que em todas essas categorias, a agroecologia está lá, atuando, e que cada vez mais a gente consegue ganhar adeptos”.

A programação cultural acontecerá na praça de alimentação durante os almoços agroecológicos e a partir das 18h. Bandas, grupos e manifestações culturais estarão presentes. Outro espaço aberto a população são os Caminhos do Saber. “Criamos espaços para que as pessoas que não estarão inscritas no Congresso também possam participar da construção e troca de conhecimentos no tema da agroecologia”, conta Mariane. Serão nove temáticas dentro dos Caminhos do Saber.

Além de poder visitar a casa da reforma agrária que contará a história da reforma agrária no Brasil e a Escola da Natureza (Parque da Cidade) que debaterá o tema Agricultura urbana e periurbana.

O Congresso de Agroecologia 2017 é promovido pela Sociedade Científica Latino-Americana de Agroecologia (SOCLA) e pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia). Em Brasília, a organização está a cargo de uma comissão formada por representantes da Embrapa, Universidade de Brasília, Emater-DF, GDF, IBRAM e ISPN. Conta com o apoio de vários ministérios, organizações e movimentos sociais. O evento é patrocinado por BNDES, Itaipu Binacional e Fundação Banco do Brasil. (Fonte: MMA)