Um projeto encabeçado pelo Instituto do Homem Pantaneiro promete mapear as cabeceiras dos rios da região sul-mato-grossense, levantando dados sobre o grau de preservação, fauna e flora existentes ao redor, além da situação sócio-econômica das famílias que moram no entorno. A ideia vai sair do papel com recursos do Funles (Fundo de Defesa e Reparação de Interesses Difusos e Lesados) .
A presidente da entidade, Marcia Rolon, assinou na manhã desta quinta-feira (5) o termo de acordo junto com outros oito mentores de projetos que também serão financiados com a verba oriunda de processos judiciais.
Segundo ela, já existe uma plataforma pronta para receber os dados. Como a ideia é fazer a coleta in loco, a iniciativa dependia da verba para ser colocada em prática.
“Vamos anotar a qualidade da água, preservação da fauna e da flora, vamos saber os caminhos que as onças pintadas fazem na região”, explica. O trabalho, a ser realizado em parceria com aUFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), permitirá identificar problemas e propor políticas públicas para solucioná-los.
Fundo – O secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, o Funles foi criado há 11 anos, mas nunca foi colocado em prática. Em gestões passadas, o dinheiro que nele estava sendo mantido chegou a ser usado no pagamento dos servidores públicos.
A Justiça e o MPE (Ministério Público Estadual), segundo ele, ao notarem o desperdício, deixaram de destinar os valores para o fundo e passaram a destiná-los para outros setores.
O governo atual reorganizou e o colocou para funcionar. A verba inicial disponível para as primeiras ações era de R$ 3 milhões, dos quais R$ 1,5 milhão foi distribuído entre os nove projetos cujos convênios foram assinados hoje; R$ 250 mil serão usados na reforma do Castelinho de Ponta Porã e R$ 700 mil serão destinados aos pagamentos por serviços ambientais.
Esse último trata-se de um projeto, segundo Verruck, que pretende ajudar financeiramente os donos de propriedades rurais onde passam nascentes, rios e outros pontos de preservação obrigatória. Os editais e as regras para o funcionamento do programa ainda estão sendo elaborados.
O Funles é gerido por um grupo composto por quatro membros governamentais e quatro de entidades civis e presidido pelo secretário.
Fonte: Campo Grande News