Um estudo realizado por cientistas internacionais aponta que os níveis crescentes de dióxido de carbono, na atmosfera, podem ser a causa mais provável do valor nutricional do arroz. A pesquisa foi publicada em uma reconhecida revista de ciência e as amostras apresentadas apontam que, o arroz contém níveis mais baixos de quatro vitaminas B, essenciais quando comparadas as condições da atmosfera até o final do século XXI.
Segundo os pesquisadores, os níveis mais altos de dióxido de carbono podem resultar em perdas de proteínas, ferro e zinco no arroz nas próximas décadas.
Arroz
Isso se alinha a estudos semelhantes que descobriram que níveis mais altos de dióxido de carbono podem resultar em quantidades reduzidas de proteína, ferro e zinco no arroz.
Os cientistas conduziram o estudo usando 18 variedades comuns de arroz cultivadas em campos na China e no Japão. Pela primeira vez, a pesquisa revela que as vitaminas B1, B2, B5 e B9, todas importantes para a capacidade do corpo de transformar alimentos em energia, diminuem no arroz à medida que os níveis de dióxido de carbono aumentam. “Este é um risco subestimado de queima de combustíveis fósseis e desmatamento”, disse a coautora e diretora do Centro de Saúde e Meio Ambiente da Universidade de Washington, Kristie Ebi , em um comunicado.
Os efeitos adversos do dióxido de carbono atmosférico elevado refletem as conseqüências imprevistas da mudança climática. “As pessoas dizem que mais CO2 é alimento de plantas, e é. Mas como as plantas respondem a esse aumento súbito de alimentos terá impacto também na saúde humana, de déficits nutricionais, etno-farmacologia e alergias sazonais a pólen – de maneiras que ainda não entendemos”, disse Lewis Ziska, co-autor do estudo.
A conclusão de que o arroz se tornará menos nutritivo à medida que a mudança climática continua traz consequências significativas para mais de dois bilhões de pessoas que dependem do cereal como principal fonte de alimento. “O arroz tem sido um alimento básico durante milhares de anos para muitas populações na Ásia e é o alimento básico que mais cresce na África”, disse Ebi. “Reduções na qualidade nutricional do arroz podem afetar a saúde materna e infantil de milhões de pessoas”.
Fonte: Meio Ambiente Rio