A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um dos principais índices do impacto da atividade humana no planeta, está em constante crescimento desde que a Revolução Industrial transformou os meios de produção ao redor do mundo. Agora, pela primeira vez, cientistas da Nasa detectaram quase em tempo real flutuações no CO2 atmosférico e suas causas.
A esquisa combinou dados de alta resolução do Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2) com ferramentas de modelagem e análise de dados do Goddard Earth Observing System (GEOS), ambos da agência espacial dos Estados Unidos.
Estudos anteriores já haviam marcado uma queda nos níveis de dióxido de carbono durante os lockdowns no início da pandemia de Covid-19, mas ainda não havia sido possível rastrear os efeitos coletivos das atividades humanas nas concentrações de CO2 em tempo real.
O novo método permite a detecção de mudanças no CO2 atmosférico apenas um ou dois meses depois de ocorrerem. Isso fornece informações rápidas e exatas sobre como as emissões humanas e naturais estão evoluindo, para além dos efeitos da pandemia.
“No início de 2020, vimos incêndios na Austrália que liberaram CO2, vimos mais absorção de plantas na Índia e vimos todas essas influências diferentes misturadas”, relata Lesley Ott, meteorologista da Nasa, em comunicado. “O desafio é tentar desembaraçar isso e entender quais eram todos os diferentes componentes”.
Os resultados mostraram que a concentração de CO2 caiu 10% no Hemisfério Norte de fevereiro a maio de 2020. Isso não foi tão evidente no Hemisfério Sul por causa do El Niño, fenômeno que afetou fortemente o ciclo do carbono e dificultou a detecção localizada.
O que se espera do novo método de análise é que ele também possa ser usado para ajudar a monitorar os resultados de programas e políticas de mitigação climática, especialmente em níveis regionais.
Fonte: Galileu