Peixe é o principal produto de exportação da Noruega depois do petróleo. Em parte processado no próprio país, a indústria acaba tendo que lidar com os restos dos animais, que geram custos e são um problema ambiental. Mas para a operadora de cruzeiros do país, a Hurtigruten, o problema virou oportunidade.
A empresa anunciou que vai utilizar sobras de peixes mortos da indústria pesqueira que, misturadas com outros resíduos orgânicos resultará em um biogás liquefeito para ser usado no lugar do óleo combustível pesado. O porta-voz da empresa, Rune Thomas Ege, disse que o feito é “algo que seria considerado quase impossível apenas alguns anos atrás”.
“O que os outros vêem como um problema, nós vemos como um recurso e uma solução”, disse o executivo-chefe da empresa, Daniel Skjeldam, em anúncio. “Ao introduzir o biogás como combustível para os navios de cruzeiro, a Hurtigruten será a primeira empresa de cruzeiros a abastecer navios com combustível livre de fósseis.”
A meta é que o primeiro navio movido por esse combustível comece a circular já em 2019. A empresa pretende ter seis de seus 17 navios capazes de usar uma combinação de biogás, baterias e gás natural liquefeito, o mais limpo dos combustíveis fósseis, até 2021.
O anúncio acontece no momento em que o setor de cruzeiros enfrenta fortes críticas por sua pegada climática e seu impacto na qualidade do ar. Um grande navio de cruzeiro alimentado por óleo combustível altamente poluente emite quase tantas partículas finas diariamente quanto um milhão de carros, segundo o grupo ambientalista alemão Nabu.
A Noruega tem uma meta de “emissão zero” para navios de cruzeiro e balsas navegando seus fiordes listados como patrimônio da humanidade pela UNESCO até 2026. A Hurtigruten tem como meta tornar-se neutra em carbono até 2050.
Fonte: Revista Galileu