Água é um importante indicativo de vida em um planeta. Por isso, imagens com evidências de que Marte teve água corrente que fluíam por seu território chamou a atenção de cientistas. A série de imagens foi registrada pela sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA).
De acordo com as imagens, é muito provável que há alguns bilhões de anos o planeta vermelho era muito mais quente e úmido do que as características fria e árida que vemos hoje em dia.
De acordo com a ESA, outras pesquisas indicam que Marte teve uma atmosfera mais densa no passado, capaz de bloquear o calor do Sol. Uma das teorias para que isso tenha acontecido é de que o planeta era capaz de reter água líquida em sua superfície.
Nas fotos, uma das características que chamam a atenção é a topografia, que sugere que os rios nasciam nas regiões altas do planeta e depois desciam do norte ao sul, escavando vales de até dois quilômetros de diâmetro e 200 metros de profundidade.
O sistema de rios observado em Marte formam um padrão parecido com a de galhos de árvores. Esse tipo de morfologia é conhecido como “dendrítico”, com canais formando pequenos afluentes que se dividiam pelo planeta.
Esse tipo de estruturapode também ser observada em sistemas de drenagem na Terra, como o rio Yarlung Tsangpo, que serpenteia desde a sua nascente no Tibete ocidental passando pela China, Índia e Bangladesh.
Cientistas da ESA acreditam que os canais de ramificação observados em Marte foram formados pelo escoamento de águas superficiais combinado com chuvas extensas. A origem de toda essa água, porém, ainda é misteriosa e incerta.
Para 2020, a agência europeia espera responder parte do questionamento com a missão Exo Mars, que quer perfurar a superfície do planeta vermelho em busca de sinais de vida.
Indícios de água líquida
A busca por água em Marte já indicou que rios e oceanos podem ter sido comuns no desenvolvimento inicial do planeta, que há bilhões de anos era um local quente, úmido e perfeito para abrigar vida microbiana em certas regiões. Atualmente, é possível que água líquida esteja presente em algumas encostas íngremes e relativamente quentes na superfície marciana. Em 2015, pesquisadores da NASA detectaram alguns minerais hidratados nessas encostas, com faixas escuras que parecem mudar de forma ao longo do tempo, fluindo para baixo durante estações quentes. Essas evidências surgem em diferentes partes de Marte quando as temperaturas atingem 23 graus Celsius negativos e desaparecem em períodos mais frios.
Fonte: Revista Galileu