Um satélite da NASA registrou que, na Plataforma Brunt, uma geleira grande na Antártida, surgiram duas rachaduras instáveis – uma que está crescendo para o Leste e outra para o Norte – e elas estão aumentando proporções assustadoras.
Os satélites observam a geleira há mais de 30 anos, e comparando imagens de 2019 com as iniciais, de 1986, é possível perceber a estabilidade anterior e a iminente quebra atual.
A rachadura que cresce do sul para o norte está aumentando de tamamho numa taxa de 4 quilômetros ao ano. É ela que gera maior preocupação aos cientistas.
O gigante bloco de gelo que pode se desprender da plataforma possui 1.700 quilômetros quadrados, o que é duas vezes a cidade de Nova York e um pouco maior que a cidade de São Paulo (que possui 1.521km2.
Este processo de desagregação, também conhecido como “parto”, ocorre naturalmente nas plataformas de gelo. Mas não no ritmo atual e nem nas proporçõs que se vê em toda a geleira Brunt, alertou a Nasa.
Além disso, os centros de pesquisa instalados lá também estão ameaçados. A estação Halley, da British Antarctic Survey, uma base importante para análises científicas envolvendo a Terra, a atmosfera e o espaço, que funciona normalmente durante todo o ano, pode acabar tendo que se realocar em um local mais seguro. Os cientistas temem que a estação pare de funcionar por um tempo.
Outro fator preocupante é que o futuro a longo prazo das plataformas de gelo da Antártida terá uma grande influência no aumento do nível do mar em todo o mundo. De acordo com um relatório divulgado por cientistas dos EUA e do Reino Unido no ano passado, o derretimento da camada de gelo acelerou três vezes nos últimos cinco anos.
A menos que medidas drásticas sejam tomadas para reduzir as emissões de gases estufa, os cientistas estimam que o derretimento do gelo da Antártida deve acrescentar mais de 25 centímetros ao total do aumento do nível do mar até 2070.
Fonte: Super Interessante