Diversos modelos científicos indicam que Marte já foi o lar de enormes quantidades de água, tanto acima quanto abaixo de sua superfície.
Agora, cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) têm evidências para apoiar esses modelos.
“No início, Marte era um mundo aquático, mas quando o clima do planeta mudou, a água recuou abaixo da superfície para formar poços”, disse Francesco Salese, pesquisador da ESA, em um comunicado à imprensa. “Nós rastreamos essa água em nosso estudo, pois sua escala e papel são uma questão de debate, e encontramos a primeira evidência geológica de um sistema de águas subterrâneas em Marte”.
Os dados
Usando dados de um trio de instrumentos – a Câmera Estéreo de Alta Resolução a bordo da espaçonave Mars Express da ESA, a câmera HiRISE e a câmera CTX, ambas a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter da NASA -, os pesquisadores da ESA exploraram duas dúzias crateras no hemisfério norte de Marte.
Nas bases dessas crateras, a equipe encontrou características que sugerem que os locais um dia contiveram “poças e fluxos de água que mudaram e recuaram com o tempo”.
Eles foram capazes de estimar os níveis de água no passado, descobrindo que combinavam com as margens esperadas de um oceano que muitos teorizam ter existido em Marte entre três e quatro bilhões de anos atrás, e que pode ter sido conectado a um sistema de lagos subterrâneos.
Em busca de vida
A água é um indicador chave da vida – é por esse motivo que os cientistas “caçam” ferozmente indícios do líquido em Marte.
A nova evidência geológica de um sistema de águas subterrâneas não é a única descoberta da ESA que dá credibilidade à ideia de que o planeta pode ter abrigado organismos vivos – dentro de cinco das crateras examinadas, a equipe também encontrou sinais de minerais que estudos anteriores conectaram ao surgimento da vida na Terra.
A descoberta pode ajudar os pesquisadores a identificar os locais com maior probabilidade de conter evidências de vidas passadas no Planeta Vermelho, colocando-nos um pouco mais perto de encontrar vida extraterrestre. [ScienceAlert]
Fonte: Hypescience