Oito barragens da Vale em Minas Gerais estão em estado “preocupante” ou “especialmente preocupante”, de acordo com um estudo da certificadora alemã TÜV Süd, ao qual o semanário Der Spiegel teve acesso.
No relatório de caráter provisório de 12 páginas, revelado pela revista alemã neste sábado (30/03), a auditora alerta a Vale e as autoridades brasileiras da possibilidade de ocorrerem novos desastres como o de janeiro em Brumadinho, no qual morreram mais de 200 pessoas.
Segundo os analistas alemães, uma barragem para resíduos de mineração da empresa estaria em estado “preocupante” e outras sete, “especialmente preocupante”. Todas são classificadas como de alto risco, assim como Brumadinho.
A prestadora alemã TÜV oferece serviços de inspeção e certificação de produtos, sendo conceituada no campo. No entanto, sua sucursal TÜV Süd foi acusada de envolvimento na tragédia de Brumadinho: contratados pela Vale, seus técnicos atestaram a barragem como estável em setembro de 2018, embora tendo conhecimento dos riscos da estrutura.
Após o alerta o novo alerta da TÜV Süd, a Vale realocou os moradores em risco por cinco destas represas e suspendeu as operações em outras duas, noticiou a Spiegel.
No dia 25 de janeiro, uma barragem da Vale se rompeu em Brumadinho, e um rio de lama e resíduos minerais enterrou, em questão de segundos, as instalações da mina e as casas vizinhas, deixando um saldo de 209 mortos e 97 desaparecidos, além de danos ambientais incalculáveis.
Após a tragédia, as autoridades iniciaram uma sindicância para esclarecer a responsabilidade da Vale no desastre, o segundo protagonizado pela mineradora em pouco mais de três anos. Em 2015, a ruptura de vários diques da mineira Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton em Mariana, MG, causou 19 mortes e provocou a maior catástrofe ambiental da história do país.
Fonte: Deutsche Welle