Atingidos pela barragem de Fundão temem atraso na construção do ‘Novo Bento Rodrigues’

Atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, reclamam que a mineradora Samarco não está cadastrando algumas famílias que têm direito a indenizações. Além disso, eles estão com medo de que o chamado Novo Bento Rodrigues, em homenagem ao distrito que foi destruído pelo “mar de lama”, não fique pronto no prazo. A empresa tem até julho de 2019 para cumprir o compromisso.

A barragem se rompeu em novembro de 2015. A avalanche matou 19 pessoas e polui rios em Minas Gerais e No Espírito Santo. Cerca de 30 municípios foram atingidos.

Os moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo alegam que a documentação para fazer as obras, como a licença ambiental, não está pronta. Mineradora e moradores já até entraram em um acordo sobre o local onde as vilas serão reconstruídas, mas a comunidade quer continuar frequentando o espaço onde um dia existiu Bento Rodrigues.

“Continuar tendo acesso, poder pernoitar inclusive lá, que a gente vem fazendo. E comemorar as nossa festas. Comemorar os nossos aniversários, passar finais de semana. Enfim, toda prática que a gente tinha costume, tem costume de fazer lá, poder permanecer fazendo”, disse o representante dos atingidos pela barragem, Mauro Marques da Silva.

Cerca de 300 famílias de oito vilarejos atingidos continuam vivendo em casas alugadas. Mais de 1030 sobrevivem com um auxílio financeiro que abrange um salário mínimo, mais 20% por dependente e uma cesta básica. Segundo os atingidos, 40 famílias que deveriam receber ajuda da Samarco ainda foram cadastradas.

A Fundação Renova informou que o cadastro está sendo revisto pela Comissão dos Atingidos de Mariana, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais. Sobre a construção do Novo Bento, a entidade informou que o cronograma será mantido. Ainda segundo a fundação, o termo de transação e ajuste de conduta determina que a antiga área de Bento Rodrigues seja destinada a um uso coletivo, que será definido pela própria comunidade impactada. (Fonte: G1)