
Arqueólogos marinhos descobriram objetos e restos mortais de animais que foram usados como oferendas em rituais e que estavam em meio a um recife no lago Titicaca, na Bolívia. Acredita-se que essas oferendas eram oferecidas pela elite do estado de Tiwanaku, atualmente localizado em La Paz.
Os arqueólogos responsáveis pela descoberta decidiram explorar o recife de Khoa após mergulhadores terem encontrado diversos itens antigos no local. O local onde os objetos foram encontrados está a mais de 5 metros da superfície do lago Titicaca.
Entre os artefatos encontrados pelos arqueólogos estão estatuetas esculpidas em pedras de animais e ornamentos de ouro. Ao lado dos artefatos, estavam também ossos de lhamas e restos de peixes queimados, possivelmente consumidos após as cerimônias e rituais.
De acordo com um relatório dos arqueólogos, que foi publicado no Proceedings of National Academy of Sciences, a datação por carbono de carvão revela que as oferendas foram realizadas ao longo dos séculos 8 e 10 d.C. O estado de Tiwanak usurgiu na bacia do Lago Titicaca, ao redor da fronteira entre a Bolívia e o Peru, entre os séculos 5 e 12. O espaço já chegou a abrigar cerca de 1 milhão de pessoas.

Em entrevista ao jornal The Guardian, Christophe Delaere, arqueólogo marinho da Universidade de Oxford, explica que o lago teve um papel essencial na preservação desses artefatos: “O Lago Titicaca protege sua antiga cultura material do tempo e do homem. Nunca antes foram descobertos tantos artefatos dessa qualidade. A história que esses objetos nos dizem é excepcional”, conta.
Além dessa descoberta, mais de uma dúzia de sítios de Tiwanaku já foram encontrados na Ilha do Sol. Os arqueólogos acreditam que esses artefatos foram usados em luxuosas cerimônias durante o império andino.
Fonte: Revista Galileu