Nem todos os desastres causados pelas alterações climáticas do planeta ganham cobertura mundial na mídia. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), toda semana um tipo de evento, ainda que de menor impacto, acontece em algum canto do planeta. Entre os efeitos estão mortes, deslocamento e sofrimento.
De acordo com a ONU, esses eventos estão acontecendo com muito mais frequência do que se previa. Para Mami Mizutori, representante especial do secretário-geral da ONU, as mudanças climáticas não são sobre o futuro, mas sobre hoje. “A adaptação à crise climática não pode mais ser vista como um problema de longo prazo, precisa de investimento agora” afirmou Mizutori ao The Guardian. “As pessoas têm que conversar mais sobre adaptação e resiliência”.
E também é necessário investir. Em áreas mais vulneráveis a inundações, secas e tempestades, por exemplo, é urgente apostar em habitação, redes rodoviárias e ferroviárias, fábricas e abastecimento de energia e de água.
Até agora, a maior parte do foco do trabalho na crise climática tem sido o corte das emissões de gases do efeito estufa – que, sim, é uma medida importante, mas de longo prazo. Precisamos também olhar para o que está acontecendo agora e encontrar saídas para minimizar riscos.
E, segundo Mizutori, isso deve ser feito para já. “Falamos sobre uma emergência climática e uma crise climática, mas se não pudermos confrontar isso [a questão da adaptação aos efeitos] nós não sobreviveremos”, disse ela ao Guardian.
Muitos dos desastres de menor impacto seriam evitáveis se as pessoas fossem avisadas sobre mau tempo, se os governos mapeassem quais áreas são vulneráveis e, claro, investissem em infraestrutura.
Fonte: Revista Galileu