O presidente Jair Bolsonaro inaugurou nesta quarta-feira a 18ª e última turbina da represa de Belo Monte, quarta maior hidrelétrica do mundo.
A represa sobre o rio Xingu, no estado do Pará, custou cerca de R$ 40 bilhões e a partir de agora dispõe de uma capacidade instalada de 11.233 Megawatts, superada apenas pelas represas chinesas de Tres Gargantas e Xiluodu, e Itaipu.
Acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de seu ministro da Energia e autoridades locais, Bolsonaro inaugurou uma placa comemorativa e apertou um botão para acionar simbolicamente as turbinas da hidrelétrica.
“A conclusão dessa obra concebida na década de 70 é marco histórico sim para o nosso país”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
“Belo Monte vai gerar energia para atender 18 milhões de residências ou 60 milhões de brasileiros, o que equivale à população da Itália”, destacou na semana passada o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, ao autorizar o início dos trabalhos da última turbina pela administradora estatal Norte Energia.
Embora o projeto tenha sido concebido durante a ditadura militar (1964-1975), a licitação das obras foi lançada em 2010, no último ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As primeiras turbinas começaram a funcionar em 2016, com sua sucessora Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores (PT), sob fortes críticas de populações deslocadas, comunidades indígenas e grupos ambientalistas.
“É simbólico que justamente esta obra, que será lembrada para todo sempre como o grande erro da gestão petista, é a única herança que Bolsonaro honra e homenageia”, escreveu o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), que reúne várias ONGs e grupos sociais, em um manifesto.
As críticas apontam para os impactos sociais e ambientais da obra, que também foi afetada pela operação Lava Jato.
Entre os impactos sociais, está o deslocamento de 20.000 famílias e a explosão demográfica provocada pela construção de Belo Monte no município de Altamira, atualmente um dos mais violentos do Brasil.
No plano ambiental, se questiona a alteração do âmbito biótico e socioeconômico no entorno do Xingu, devido à redução do fluxo de água.
Fonte: AFP