A indústria de combustíveis fósseis, lobistas e partes da mídia passaram os últimos 30 anos semeando dúvida sobre a veracidade da atual mudança climática. A estimativa mais recente realizada pela Forbes mostrou que empresas de petróleo e gás investiram em média US$200 milhões por ano em lobby para controlar, adiar ou bloquear políticas em favor do meio ambiente.
Veja abaixo cinco tipos de negação das mudanças climáticas:
5. Negação da ciência
Esse tipo de negação envolve o argumento de que esta mudança climática que vivemos atualmente é um ciclo natural, não influenciado pela ação humana.
Alguns argumentam que os modelos climáticos não são confiáveis ou que são muito sensíveis ao dióxido de carbono. Outros acreditam que o CO2 é uma parte tão pequena da atmosfera que nem causaria um efeito de aquecimento.
Já outras pessoas acreditam que os cientistas estão sabotando as pesquisas para apresentarem resultados que não são reais.
Todos esses argumentos são falsos e existe um consenso global entre cientistas sobre as causas das mudanças climáticas.
4. Negação econômica
A ideia de que a mudança climática custaria muito dinheiro para ser freada é outra forma de negação climática. Economistas, porém, calculam que poderíamos conseguir frear as mudanças gastando apenas 1% do produto interno bruto mundial. Mas se não agirmos agora, em 2050 isso vai nos custar 20% do PIB mundial.
3. Negação humanitária
Alguns grupos da Europa e Estados Unidos acreditam que a mudança climática e o aquecimento da zona temperada tornariam a agricultura desses locais mais produtiva. Esses ganhos locais, porém, vão pelo ralo para pagar pelas contas de verões mais secos e aumento da frequência de ondas de calor nessas mesmas áreas.
É também importante apontar que 40% da população global vive em zonas tropicais, e um aumento na desertificação nesses locais seria uma catástrofe.
2. Negação política
Quem nega a mudança climática argumenta que não se pode tomar nenhuma ação porque outros países não estão tomando nenhuma ação. Mas nem todos os países são igualmente culpados por causar a atual mudança climática.
Por exemplo, 25% do CO2 produzido pela humanidade é gerado pelos EUA, e outros 22% são produzidos pela União Europeia. Depois vêm a China (13%), Rússia (7%), Japão (4%) e Índia (3%). A África inteira produz apenas 5%.
Portanto, os países mais desenvolvidos têm uma responsabilidade ética de liderar o caminho para o corte de emissões. Isso não significa que os países em desenvolvimento estão livres desse esforço: todos os países precisam agir para que a emissão humana de CO2 chegue à zero até 2050.
Para isso, precisamos de muito mais veículos elétricos e de uma economia verde que traga benefícios e crie empregos.
1. Negação da crise
O argumento final é que não deveríamos correr para mudar a forma que as coisas são feitas enquanto não tivermos certeza absoluta sobre todas as informações.
Muitas pessoas têm medo de mudanças, especialmente aquelas que são mais ricas ou que têm mais poder. Argumentos muito parecidos foram usados para atrasar o fim da escravidão, o direito do voto feminino, o fim da segregação racial e até a proibição de cigarro em locais fechados e públicos. [Science Alert]
Fonte: Hypescience