Uma voluntária defensora dos animais prestou queixa à polícia por agressão na última semana passada em Cuiabá (MT). Bianca Weihs Borges, de 24 anos, diz que teve um adesivo de apoio ao Pantanal arrancado por um desconhecido do vidro do carro e relatou ter levado um tapa no rosto. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Bianca é voluntária em uma ação social que recolhe frutas e verduras para os animais que foram afetados pelas queimadas no Pantanal de Mato Grosso.
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A situação ocorreu na última quarta-feira (23). Ela registrou no boletim de ocorrência que tinha saído do trabalho e entrava no próprio carro quando um homem a abordou e arrancou o adesivo do veículo.
“É claramente uma atitude que a gente sabe que é partidária e defende um lado e que desmerece tudo que o outro faz. Eu tomei as medidas cabíveis e fiz um BO. Com as palavras do delegado, só vai servir se as imagens de segurança registraram o tapa e o rosto dele”, afirmou a voluntária.
Adesivo
O cartaz no vidro do carro trazia a imagem de uma onça-pintada em meio às queimadas e tinha os dizeres “O Pantanal pede socorro”.
“Ele ainda me perguntou ao arrancar o adesivo: ‘está bom para você’ “. Ela relatou à polícia que depois da ação, o agressor saiu andando pela avenida xingando a vítima. Quando Bianca parou no cruzamento, o suspeito teria se aproximamente novamente, esfregou o adesivo nas partes íntimas dele e jogou na vítima.
Bianca conta que ainda foi agredida com um tapa no rosto enquanto tentava fechar a janela do carro.
Ela pediu para que a polícia analisasse as câmeras de segurança da região na tentativa de identificar o suspeito.
“Vou continuar com as campanhas. Se a intenção dele era que eu parasse, ficasse com medo e parada, não funcionou. As campanhas continuam. Agradeço ao carinho de todos”, declarou.
Recorde de focos
O Pantanal já registra o número mensal mais alto de focos de incêndio desde o início da série histórica, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998: foram 6.048 pontos de queimadas registrados no bioma desde o dia 1º de setembro até quarta-feira (23), o dado mais recente. O recorde mensal anterior era de agosto de 2005, quando houve 5.993 focos de incêndio no bioma.
Em comparação a 2019, quando setembro teve 2.887 focos detectados em 30 dias, o mesmo mês de 2020 já apresenta uma alta de 109%. O número de focos neste mês está 211% acima da média histórica do Inpe para setembro, que é de 1.944 pontos de incêndio.
Este mês já era o setembro com mais focos de incêndio no bioma. Em agosto, foi registrado o segundo maior número de queimadas para o mês; julho também registrou um recorde mensal.
Fonte: G1