Um “tornado de vermes” foi flagrado por uma moradora de Hoboken, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e enviado para Tiffanie Fisher, membro da Câmara Municipal de Hoboken, que compartilhou a foto na sua conta no Facebook e escreveu: “Claramente, minhocas saem depois da chuva, mas isso é algo que eu nunca vi!”.
Na noite anterior ao vídeo, Hoboken registrou fortes chuvas e “isso teria resultado em muitas minhocas saindo do solo em busca de ar”, disse Harry Tuazon, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia Interdisciplinar da Georgia Tech, ao Live Science.
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“Esta forma de tornado é realmente interessante”, afirmou Kyungsoo Yoo, professor do Departamento de Solo, Água e Clima da Universidade de Minnesota. Ele estuda como as minhocas invasivas transformam os ecossistemas florestais e, embora sejam conhecidas por emergir em massa do solo após a chuva, Yoo nunca as tinha visto formar uma espiral antes.
De acordo com “Worm Blobs”, uma história em quadrinhos criada pelo Laboratório Bhamla da Escola de Engenharia Química e Biomolecular do Instituto de Tecnologia da Geórgia e ilustrado pelo artista Lindsey Leigh, vermes aquáticos como o Lumbriculus variegatus podem formar um enorme nó vivo conhecido como bolha de até 50 mil unidades quando ameaçados por condições de seca. “Uma bolha compacta de vermes tem menos probabilidade de secar do que um verme sozinho, e os vermes puxam e empurram para mover a bolha”, escreveram os pesquisadores do Laboratório Bhamla na história em quadrinhos.
O líder do laboratório, Saad Bhamla, professor assistente da Georgia Tech, sugere que mudanças repentinas na água do solo em combinação com o formato da paisagem poderiam explicar o aparecimento do “tornado de vermes”. Ele, no entanto, não sabe dizer quais são as espécies de vermes pelas fotos.
Minhocas respiram pela pele e podem se afogar
Segundo estudo da Universidade de Wisconsin-Madison, as minhocas respiram através da pele e, por isso, quando a chuva forte encharca o solo com água, elas criam túneis para a superfície ou podem se afogar. Os pesquisadores relataram em 2010 no International Journal of Behavioral Biology que minhocas são tipicamente solitárias, mas às vezes formam rebanhos quando estão na superfície. Elas se reúnem em grupos e se comunicam entre si sobre para onde se mover.
“As minhocas da espécie Eisenia fetida formam aglomerados e influenciam umas às outras para selecionar uma direção comum durante sua migração e fazem isso usando o toque em vez de sinais químicos. Esse comportamento coletivo pode ajudar as minhocas a sobreviver a ameaças ambientais, como enchentes ou solo árido, e também pode ser uma estratégia de defesa contra predadores ou patógenos”, explica o estudo.
Em 2015, guardas do Parque Estadual Eisenhower em Denison, no Texas, filmaram massas enormes de minhocas se contorcendo em uma estrada. “As inundações recentes podem ter causado esse comportamento de pastoreio”, escreveram os representantes do parque na descrição do vídeo no YouTube. Assista:
Fonte: Olhar Digital