Lançada em agosto de 2005, a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA, já acumula mais de 15 anos de observações do planeta Marte. Na mais recente imagem obtida pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE), a bordo da MRO, é possível observar uma espécie de poço afundando em uma região polar sul do Planeta Vermelho.
De longe e num primeiro momento, a formação observada pela HiRISE pode ser confundida como uma projeção na superfície marciana, como se fosse uma espinha na pele de uma pessoa. Mas, através das sombras da imagem, é possível determinar se o padrão circular está afundando — provavelmente, tratam-se de depósitos de minerais e gelo de água e de dióxido de carbono.
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É importante ressaltar que, como boa parte das fotografias relacionadas ao espaço, é preciso prestar atenção na natureza das cores. A HiRISE funciona através do infravermelho e parte da luz visível, ou seja, ela não enxerga a superfície de Marte exatamente nas mesmas cores que nossos olhos enxergariam. A imagem colorida é o resultado de um processamento que alonga e altera vários comprimentos de onda, de maneira que as cores fiquem mais parecidas com o que seria visto a olho nu.
No entanto, entender como o formato circular e o poço fundo em seu centro se formaram é uma grande questão. Será que o gelo subterrâneo evaporou e deixou um vazio que então veio a desabar? Foi um processo longo e demorado, ou aconteceu de uma hora para outra? Por enquanto, todas essas perguntas permanecem sem respostas.
A MRO, além de mapear em alta resolução a superfície do Planeta Vermelho, também registrou o rover Perseverance na cratera Jezero. Ao longo desses anos de trabalho desse e de outras sondas, nos trouxe uma compreensão sobre a dinâmica geológica de Marte, como atividades sísmicas, tempestades globais de poeira e a presença de lagos subterrâneos. Hoje, por exemplo, sabemos que o passado de marte foi quente e molhado.
Fonte: Canaltech