Vulcão no Congo: a busca desesperada por 100 crianças desaparecidas após lava destruir casas

A lava que fluiu após a erupção do vulcão Monte Nyiragongo na noite de sábado abriu um caminho de destruição em um distrito ao norte de Goma, no leste da República Democrática do Congo.

Cerca de 500 casas foram destruídas e mais de 100 crianças estão desaparecidas após terem sido separadas de seus pais, de acordo com a agência Unicef, da ONU.

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Charles Kambale está vasculhando os escombros no local no distrito de Buhene, onde ficava sua casa.

“Não vi meus dois filhos mais novos ainda”, disse ele.

Ele estava em um casamento com sua esposa quando a erupção começou. Os filhos, de seis e dois anos, estavam em casa com os vizinhos. Ele disse que planeja colocar um anúncio no rádio para tentar encontrá-los.

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Algumas crianças vasculhavam os escombros em busca de restos de metal ou potes queimados para vender.

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O horizonte de Goma iluminou-se no sábado quando a lava surgiu de uma fissura na lateral do vulcão.

Temendo que a lava engolisse partes da cidade, matando centenas de pessoas, como aconteceu em 2002, milhares juntaram seus pertences e fugiram em direção à fronteira com Ruanda.

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Mais de 3,5 mil pessoas cruzaram a fronteira na noite da erupção em meio ao trânsito congestionado.

Muitos moradores de Goma estão acostumados a fugir. Grupos armados aterrorizam a região por mais de 25 anos e muitas pessoas que vivem na cidade se mudaram para lá depois que a violência atingiu vilarejos próximos.

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Mas ao contrário de 2002, poucas vítimas foram registradas até agora.

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Algumas crianças que fugiram da lava e foram separadas de seus pais estão hospedadas em um centro administrado pela Cruz Vermelha em Goma.

Funcionários da Cruz Vermelha e alguns funcionários do governo estão tentando reunir as famílias.

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Benisse, de quatro anos, está separado de sua família desde a erupção.

Sua mãe estava vendendo peixe no mercado na hora da erupção, e ele fugiu de seu bairro com outras crianças.

Ele passou a maior parte da noite caminhando para outra cidade, Sake, a 23 km de Goma, onde dormiu na beira da estrada.

“Fugi com meus amigos, mas nem sei onde eles estão agora, estou sozinho aqui”, disse Benisse a Gilbert Ramazani, que trabalha para a divisão de assuntos sociais do governo.

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Mães desesperadas procuram seus filhos indo de um centro para outro, para ver se eles foram salvos.

E algumas conseguem reencontrá-los.

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Sifa Ombene, de 32 anos, estava vendendo comida quando a erupção aconteceu.

Ela correu para casa, mas descobriu que dois de seus filhos haviam fugido.

“Fui procurá-los por todos os lados, até fui ao necrotério do hospital. Eles me mostraram os corpos de crianças mortas”, disse ela enquanto abraçava sua filha Elea, de quatro anos.

“Estou muito feliz por encontrá-los aqui.”

Todas as fotos são de Olivia Acland.

Fonte: BBC