A Amazônia teve o registro de 1.186 focos de calor, em maio de 2021, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Segundo o Greenpeace, os registros representam um aumento de 40,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o Greenpeace, somado com a região do Cerrado, o número de focos registrados entre os dois biomas é de 3.815 pontos de calor. Este registro representa um aumento de 65% em relação ao verificado nos dois biomas ano passado e é o pior índice desde 2007.
Leia também:
“Infelizmente esses recordes no mês de maio não podem ser considerados uma surpresa, tendo em vista a continuidade da política antiambiental do governo Bolsonaro, onde pela primeira vez na história, um ministro do Meio Ambiente é investigado por possíveis crimes contra o meio ambiente”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Com números altos de queimadas e desmatamento, o cenário pode ser agravado com o fim do inverno amazônico e previsão do fenômeno La Ninã, mais forte no segundo semestre, segundo o Greenpeace.
Nesse período, as populações locais são afetadas pela redução das chuvas e pela alta incidência de doenças respiratórias, que resultam da queda na umidade relativa do ar, das fuligens e fumaças provenientes das queimadas, tudo isso enquanto ainda lutamos contra a pandemia de Covid-19.
Conforme o Greenpeace, a tendência desse contexto é catastrófica, não somente pela perda da biodiversidade nesses biomas, mas também para as populações que vivem na Amazônia.
“Tudo isso está evidenciando, cada vez mais, a crise climática, a violência contra os povos indígenas e suas lideranças numa escalada inadmissível, até mesmo com ataques a tiros e casas queimadas em diferentes territórios. Enquanto isso, em Brasília, o Congresso se apressa para tentar passar a boiada, com PLS como o Projeto de Lei 191/2020 e o Projeto de Lei 490/2007, que irão aumentar ainda mais o desmatamento e a violência contra os povos indígenas”, concluiu Rômulo.
Fonte: G1