Meteorologistas ligam catástrofe na Alemanha à mudança climática

Estudiosos afirmam ser possível que as fortes chuvas que deixaram rastro de destruição e mataram dezenas sejam uma consequência do aquecimento do planeta. Precipitações são menos frequentes, porém mais fortes.

Cidades inteiras foram inundadas no oeste da Alemanha

Meteorologistas alemães afirmam ser possível que as chuvas torrenciais que deixaram um rastro de destruição na Alemanha sejam uma consequência do aquecimento global.

Ao menos 42 pessoas morreram até o momento. Os estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Renânia-Palatinado foram os mais afetados. 

Entre 50 e 70 pessoas eram dadas como desaparecidas na manhã desta quinta-feira (15/07) somente no pequeno município de Schuld, na Renânia-Palatinado, onde seis casas desabaram com a força das águas. As autoridades locais decretaram estado de catástrofe.

“Podemos constatar um acúmulo de tais fenômenos climáticos”, afirma o meteorologista Mark Eisenmann, da emissora pública de TV alemã ARD, em entrevista ao portal tagesschau.de. “E certamente também se devem às mudanças climáticas”, acrescenta o especialista.

Maior evaporação

“Dois efeitos do aquecimento global influenciam a frequência com que ocorrem tais eventos extremos”, diz Peter Hoffmann, do Instituto para Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam, na Alemanha. Ele explica que mais água evapora em temperaturas mais altas, e a atmosfera mais quente pode acumular mais umidade, o que favorece grandes quantidades de precipitação. Por outro lado, as condições meteorológicas persistem por mais tempo em uma região.

Mesmo que a quantidade total de chuvas na Alemanha tenha mudado pouco nas últimas décadas, há evidências de que a mesma quantidade de chuva vem do céu em menos dias do ano. “Quando há chuva, ela é mais intensa”, diz Hoffmann.

O meteorologista Bernhard Pospichal, da Universidade de Colônia, acredita ser possível que no futuro tais fenômenos se tornem mais frequentes, à medida em que a mudança climática continuar progredindo.

“Existem muitos indícios de que os extremos estão ficando mais fortes. Tanto os períodos de seca quanto os eventos de forte precipitação”, explica ele, em entrevista publicada pelo jornal Kölner Stadt-Anzeiger.

Fonte: Deutsche Welle