Segundo relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo já teve um prejuízo de US$ 3,64 trilhões (R$ 18,86 trilhões) causado por desastres climáticos – boa parte, em casos mais recentes, acrescidos devido ao avanço do aquecimento global.
O relatório lista os desastres mais impactantes, contemplando um longo período – de 1970 a 2019. Pelo levantamento, a constatação é que houve ocorrência de pelo menos um episódio por dia, entre furacões, inundações e grandes secas, totalizando 11 mil desastres e dois milhões de mortos.
O relatório (intitulado “Atlas da Mortalidade e das Perdas Econômicas por Extremos Climáticos, Hídricos e do Tempo”) destaca algumas ocasiões especificamente problemáticas: a grande seca de 1983 na Etiópia, por exemplo, foi o desastre mais letal, com 300 mil mortos. O frio extremo da Rússia, em 2010, também trouxe um alto número de óbitos: cerca de 55 mil.
No ocidente, furacões e tempestades nos EUA trouxeram prejuízo de US$ 521 bilhões (R$ 2,7 trilhões), com destaque para o Katrina, Harvey, Maria e Irma. O relatório, porém, não considerou o Furacão Ida, que chegou à terra firme recentemente, vindo do Caribe. A pandemia da Covid-19 também só é mencionada, porém não contabilizada, nos números computados.
Segundo Petteru Taalas, secretário geral da OMM, eventos climáticos de natureza extrema se tornarão cada vez mais frequentes, devido às mudanças climáticas alavancadas pela intervenção humana. Para a organização, o tempo de mudança de hábito chegou: “apenas metade dos 193 países-membros têm sistemas de alerta precoce sobre eventos climáticos. A OMM confirma que muitas vidas têm sido salvas assim, mas pede mais cooperação internacional para “combater o problema do grande número de pessoas que ficam desalojadas, todos os anos, devido a enchentes, tempestades e secas”.
“A OMM também quer mais investimentos em programas de gestão de risco de desastres e faz ainda uma série de recomendações. Uma delas é reforçar os sistemas de financiamento de riscos, especialmente para os países menos desenvolvidos e as pequenas ilhas em desenvolvimento. Outra indicação é para a criação de políticas integradas para desastres que ocorrem de forma lenta, como as secas”, diz trecho do relatório.
Fonte: Olhar Digital