Um estudo publicado nesta terça-feira (15) no periódico Frontiers in Remote Sensing utilizou recursos tecnológicos para montar um mapa global em alta resolução de incêndios florestais. A criação é inédita e tem atualização anual dos eventos de perda florestal por queimadas.
Para a coleta de informações, cientistas de universidades dos Estados Unidos e da China categorizaram as causas de perda florestal em dois grupos: por incêndios e o restante por outros motivos 一 sejam eles agricultura, inundações ou furacões. “Essas distinções de diferentes tipos de perda florestal são importantes do ponto de vista da contabilidade de carbono e do manejo da terra”, explica em nota a autora Alexandra Tyukavina, da Universidade de Maryland, nos EUA.
Com os dados colhidos, os pesquisadores descobriram que a proporção global de incêndios entre 2001 e 2019 é de 26% a 29% maior que o estimado e que houve um aumento significativo no número de incêndios florestais, sendo a taiga a vegetação mais atingida (69%- 73%). Atrás dela se encontram os incêndios em florestas subtropicais (19%-22%), florestas temperadas (17%-21% ) e florestas tropicais (6%-9%).
Além disso, os incêndios recentes no Brasil chamaram a atenção dos pesquisadores e, junto dos incêndios na Califórnia e na Austrália, tornaram-se uma preocupação de nível global. “No caso dos incêndios na Amazônia em 2019, não havia informações claras sobre o que exatamente estava queimando: florestas ou áreas previamente desmatadas que foram convertidas em pastagens e terras agrícolas”, comenta Tyukavina. “Até eu, como geógrafa, fiquei apavorada lendo todas as manchetes que pareciam sugerir que o último pedaço da floresta amazônica estava pegando fogo, o que não era verdade.”
Um dado que preocupa os estudiosos foi o crescente número de perdas de florestas tropicais primárias. Isso porque essa vegetação é rica em biodiversidade e, muitas vezes, de difícil acesso. E as áreas de desmatamento desses biomas estão aumentando cada vez mais na África e na América Latina.
Para os pesquisadores, o novo mapa é um bom indicador de como esses incêndios afetaram a fauna das últimas duas décadas. E ele deve ser utilizado como ferramenta para fazer a gestão florestal e auxiliar no desenvolvimento de políticas globais e programas de conservação e modelagem climática, aém de ser usado como um auxílio para pesquisas de escalas regionais, nacionais e globais.
Fonte: Galileu