Mônica Pinto / AmbienteBrasil
Em novembro de 2004, AmbienteBrasil publicou uma notícia segundo a qual o deputado Fernando de Fabinho (PFL/BA) havia apresentado o Projeto de Lei 4340/04 que, em termos gerais, legalizava as rinhas de galo e de canário.
O deputado alegou que estas competições entre animais fazem parte da cultura de várias regiões brasileiras (confira link para a matéria no final). Foi o bastante para que o “Espaço do Leitor” de AmbienteBrasil fosse tomado pelas mais apaixonadas opiniões, pró e contra a legislação que tramitava, então, apensada ao PL 4790/98, do ex-deputado Antonio Ebling, de teor semelhante.
Curiosamente, um ano e meio depois da notícia, os debates entre leitores prosseguem com igual calor. “Eu prefiro ser preso, mas não paro de criar galo de briga”, escreveu Paulo Sérgio Lopes, para quem “legalizadas ou não, as rinhas continuam abertas e nunca vão acabar”. “É melhor legalizar e vai ter mais impostos e empregos para o Brasil”, defendeu.
O leitor Heleno Pessoa disse que o galismo deve ser encarado como um costume arraigado, um direito costumeiro. E exorta: “fora aos pseudo-intelectuais, que lançam dizeres a priori sem um profundo conhecimento de causa”.
Apesar do “Espaço do Leitor” ter maioria galista – ou seja, favorável ao Projeto de Lei -, as manifestações contrárias também se fizeram presentes e com igual ardor. O(a) leitor(a) de pseudônimo Dam questionou: “que estranho e desprezível prazer é esse que todos vocês possuem quando assistem, prazeirosamente, o estraçalhamento desses pobres seres sensíveis, indefesos, que vocês teimam em manter em tão duro cativeiro?”.
O leitor de pré-nome Itamar jogou duro e generalizou maus procedimentos de parte da classe política: “OBSCENO! Essa é a única palavra que define a atitude desses palhaços. Dizer que é cultural! Me poupe! Que está enraizado! A roubalheira que eles praticam também já está enraizada, que tal legalizar isto também?”.
Mas, afinal, o que foi feito do PL 4340/04? “Foi arquivado há mais de um ano”, informa a assessora de Imprensa do deputado Fernando de Fabinho, Margô Dalla. O projeto não passou por nenhuma das Comissões a que foi submetido: Defesa do Consumidor; de Constituição e Justiça e de Cidadania, conforme a reportagem divulgada pela Agência Câmara na ocasião.
Confira a matéria de 2004 e os comentários de leitores:
Projeto da Câmara dos Deputados legaliza rinha de galo e de canário