Com intuito de auxiliar o pequeno agricultor familiar a utilizar sua área de forma racional e sustentável, o programa de Extensão Agroflorestal é realizado com agricultores do Sul do Paraná. O objetivo do projeto é prestar assistência técnica, promover a conservação do meio ambiente e a inclusão social aos agricultores.
O projeto, desenvolvido pelo Instituto Ecoplan em parceria com a Universidade Federal do Paraná com financiamento do FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente -, foi iniciado em 2004 no município de Bituruna. Com prazo de execução até 2008, hoje desenvolve suas atividades também em Palmas, Paula Freitas e Paulo Frontin.
Podem participar do projeto proprietários, posseiros, arrendatários ou parceiros que residam na propriedade ou local próximo, tenham como mão-de-obra o trabalho familiar, em áreas com até 96 hectares, no mínimo. Outras exigências são que 80% da renda familiar deve ser gerada na propriedade e, anualmente, deve ser entre R$ 2 mil e R$ 40 mil.
Dos mil agricultores beneficiados, 350 já são beneficiários diretos e destes, 141 já tiveram seu projeto aprovado pelo Banco do Brasil através do Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
O projeto, através do Instituto Ecoplan composto por técnicos florestais, técnico ambiental, pedagogo e biólogo, desenvolve várias atividades. Através de parcerias regionais, a participação de prefeituras, entidades representativas da sociedade e os próprios agricultores, são formadas cooperativas e associações.
Atualmente, o projeto desenvolve as seguintes atividades:
Oficina social: reuniões com os agricultores para identificar as expectativas em relação ao projeto e ao seu desenvolvimento próprio e os benefícios para o agricultor, sua família e sua comunidade. Após essa identificação, é feita, pela equipe técnica, uma exposição sobre os objetivos e metas do projeto.
Grupo de Mulheres: As mulheres dos agricultores beneficiados se reúnem com a psicóloga Luana Cristina Beal para conversar sobre a vida familiar, problemas cotidianos e sobre a comunidade. Essas reuniões acabam formando um vínculo entre as mulheres, que se entrosam umas com as outras. “Antes da reunião em grupo, a psicóloga visita cada família para identificar a situação familiar e perceber o que pode ser abordado na reunião em grupo”, observa a coordenadora técnica do projeto, Patrícia Marguê Cana Verde.
Passeios Ecosociais: Com o objetivo de mostrar os problemas ambientais do município e resgatar alguns conceitos, como a preservação e reciclagem, o agricultor e sua família, acompanhados de técnicos do Instituto Ecoplan, visitam o aterro sanitário e a usina Reciclinho, onde observam o processo de compostagem de matéria orgânica e a reciclagem dos materiais. Depois visitam uma propriedade modelo, escolhida pelo Instituto, que alia agrofloresta e agroecologia. e outra propriedade, onde foi implantado com a ajuda do Instituto, o SAF – Sistema Agroflorestal. Após este passeio, os agricultores e os técnicos fazem um debate sobre o que viram e uma dinâmica com a psicóloga.
“Já percebemos resultados após os passeios ecosociais, os agricultores já estão reciclando o lixo e se preocupando com as Áreas de Preservação Permanente”, diz Patrícia.
Na parte técnica, são realizadas visitas de campo, com acompanhamento técnico, visando a adequação ambiental da propriedade, inventários florestais e o diagnóstico da propriedade.
Também são realizados treinamentos, cursos diversos e palestras. As palestras, através do Dia da Novidade Florestal, constituem-se na única atividade de que toda a comunidade pode participar, independente de estar integrada ou não ao projeto. Sempre, um profissional de fora leva atualizações florestais para a comunidade. “Depois de uma oficina, realizada em 2005, sobre plantas medicinais, quatro agricultoras já implantaram esse projeto”, revela Patrícia.
Após um ano de dificuldades financeiras, o projeto começa 2007 a todo vapor. Estão programados para este ano um seminário com os agricultores e um workshop com os parceiros (instituições ambientais e de ensino, cooperativas, empresas, sindicatos), para avaliar os resultados e quem dará continuidade aos trabalhos.
O Projeto de Extensão Agroflorestal conta ainda com um programa radiofônico, na Rádio Colméia, de cunho social, técnico e econômico. Era apresentado aos sábados de manhã; vai para um dia da semana, ainda não definido, mas suas edições podem ser acessados pelo site do projeto.
Em fevereiro será realizada a reunião do Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do Projeto. Quem quiser conhecê-lo pode entrar em contato através do site ou pelos telefones (41) 3339-1100 r. 217, (42) 3552-1173 e (42) 3553-1222.