Fernanda Machado / AmbienteBrasil (*)
A Frente Parlamentar da Fruticultura Brasileira da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Afonso Hamm (PP/RS), realizou nesta quarta-feira cerimônia de posse da Diretoria e apresentação de Agenda Propositiva para 2008.
A Frente foi lançada em 2006 e, desde então, atua no incentivo à implementação de políticas públicas na busca de soluções para diminuir os impactos de barreiras fitossanitárias para um setor que ganha destaque no que se refere a geração de empregos no país, correspondendo a mais de 5 milhões.
O presidente da Frente destacou o potencial da Fruticultura brasileira na tribuna da Câmara Federal e anunciou a retomada das atividades. Em seu discurso, o parlamentar destacou que o setor está entre as atividades agropecuárias que mais gera empregos no campo, se traduzindo como a melhor alternativa de desenvolvimento para o meio rural.
Na cerimônia de posse, Hamm apresentou a nova diretoria da Frente, que será composta de vice-presidentes, de cinco coordenações, com representantes nas cinco regiões brasileiras e anunciou que estão sendo definidas as coordenações nos Estados. Para ele, essa estrutura será fundamental na busca de uma política pública junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Ministério da Integração Nacional. “Com esse trabalho será possível criar expansão econômica, no ponto de vista de mais emprego, desenvolvimento do setor e, principalmente, desenhar uma planificação para um país melhor, de inclusão no meio rural”, avalia.
Afonso Hamm falou com exclusividade a AmbienteBrasil sobre as potencialidades e as principais dificuldades do setor. Segundo ele, mesmo o Brasil ocupando o título de terceiro maior produtor de frutas, participa apenas de 1,6% do que é comercializado no mundo. “Ainda podemos crescer muito, temos potencialidade para gerar novas oportunidades de trabalho e agregar nos próximos cinco anos outros 3 milhões de empregos”, diz.
Quanto aos problemas, Hamm enfatizou que é preciso sanar as dívidas dos agricultores, principalmente daqueles que foram penalizados pela desvalorização do dólar, prejudicando as exportações e a lucratividade brasileira. “Estamos buscando condições para solucionar esse problema – como prazos e juros compatíveis – já que isso fez com que aumentassem os financiamentos e as dívidas dos nossos fruticultores”.
Agrotóxicos
A primeira vice-presidente da Frente, deputada Sandra Rosado (PSB/RN), disse a AmbienteBrasil que também é preciso destacar outro problema da fruticultura brasileira: o combate às pragas.
Ela informou que já está ocorrendo no Rio Grande do Norte uma parceria entre fruticultores e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, para equacionar tal problema. “Essa iniciativa em conjunto está funcionando muito bem, com eficiência, e as pragas no setor têm sido controladas”, explicou.
Questionado por AmbienteBrasil sobre a utilização de produtos danosos ao meio ambiente nesses cultivos, Afonso Hamm disse que a Frente, junto ao setor produtivo, precisa oferecer garantia e tranqüilidade de que as frutas são sadias e de que o sistema produtivo é limpo, ou seja, não-poluente, e que utiliza cada vez menos agrotóxicos e agroquímicos.
“Estamos trabalhando na utilização de produtos de menor impacto ambiental e na utilização de um sistema de produção agroecológico, por meio de estimulação de sistemas orgânicos e, ainda, com o Sistema de Produção Integrada de Frutas – Sistema PIF – que diminui de 30% a 50% o número de produtos poluentes, possibilitando que trabalhemos numa sintonia fina com as condições ambientais”, antecipou Hamm ao portal.
“Evoluir para um sistema de produção de orgânicos e de um sistema controlado, para que possamos preservar a saúde do trabalhador rural, o meio ambiente e, fundamentalmente, a saúde do consumidor, essa é a diretriz da Frente Parlamentar da Fruticultura”, diz.
* Correspondente em Brasília (DF).