EXCLUSIVO: Secretária de Biodiversidades e Florestas do MMA lança, em Brasília, o Ano Internacional dos Recifes de Coral

Fernanda Machado / AmbienteBrasil (*)

A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (9), em Brasília, o lançamento do Ano Internacional dos Recifes de Coral. O evento foi promovido pela Frente Parlamentar Ambientalista, juntamente com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional e Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Os recifes constituem-se em importantes ecossistemas, altamente diversificados por abrigarem uma extraordinária variedade de plantas e animais. São considerados o mais diverso habitat marinho do mundo e por isso, possuem grande importância econômica, pois representam a fonte de alimento e renda para muitas comunidades. Uma de cada quatro espécies marinhas vive nos recifes, incluindo 65% dos peixes. O Brasil possui os únicos ecossistemas recifais do Atlântico Sul, que se estendem ao longo de, aproximadamente, 3.000 km na costa nordestina, desde o Maranhão até o sul da Bahia.

O primeiro ano Internacional dos Recifes de Corais foi comemorado em 1997 com o objetivo de chamar a atenção para o aumento das ameaças e perdas de recifes de coral e ecossistemas associados, tais como manguezais e banco de algas. Neste ano, além dessas questões, o Ano Internacional dos Recifes de Coral, apresentado pela Secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, traz instrumentos legais para a conservação dos recifes do Brasil por meio de Unidades de Conservação (UCs), que podem ser administradas tanto pelo governo federal, como estadual ou municipal.

Além das Ucs, foi divulgado também o Plano Nacional de áreas Protegidas (PNAP), em que estão descritos os princípios, as estratégias e os objetivos para que o país cumpra os compromissos assumidos nacional e internacionalmente de estabelecer sistemas representativos e efetivos de áreas protegidas terrestres – até 2010, e marinhas, até 2012.

Em entrevista exclusiva a AmbienteBrasil, Maria Cecília Wey de Brito falou sobre as principais dificuldades para a preservação dos recifes de coral. Segundo a Secretária, o principal obstáculo é justamente reconhecer os diversos tipos de coral existentes em toda costa brasileira. “Já avançamos nessa área por meio de estudos realizados pelo governo federal e universidades, mas precisamos continuar nessa linha de trabalho para que as nossas ações sejam mais efetivas, e, assim, descobrir quais são as prioritárias”, informou.

A secretária também destacou outras medidas do governo voltadas às questões dos ambientes recifais. Entre elas, o Programa de Rede de Unidades Costeiras e Marinhas (RUMAR) – relacionado às Unidades de Conservação -, que regulamenta o uso das áreas de recifes, para atender, inicialmente, as necessidades de captação de servidores das regiões nordeste e sudeste e sul.

Além desse programa, Maria Cecília mencionou os estudos científicos relacionados aos conhecimentos das espécies marinhas, e os trabalhos de ordenamento do litoral. “Essas pesquisas são fundamentais, pois estamos constatando que cidades litorâneas estão perdendo costa em função do mau uso que fizeram desses territórios”, informou.

Em comemoração ao Ano Internacional dos Recifes de Coral, o Núcleo da Zona Costeira e Marinha e o Projeto Corredores Ecológicos da Secretária de Biodiversidade e Florestas realizam a exposição “Recifes de Coral Brasileiros”. O objetivo é mostrar a biodiversidade marinha brasileira e divulgar ações em prol da conservação dos recifes. A exposição acontece no Espaço do Servidos, no anexo II, da Câmara dos Deputados, no período de 7 a 11 de abril.

* Correspondente em Brasília (DF).